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Condenado

Réu diz que, se quisesse matar, teria matado

Luciano Madeira imagem ilustrativa - fireção ilustrativa -

Aconteceu ontem o julgamento de Micael Victoria Simon, 21 anos, vulgo VK, que era acusado de ter tentado matar R., seu concunhado, de 38 anos. O crime ocorreu no dia 1º de março de 2023, na rua Lourenço Anversa, no bairro Castro Alves. Ele foi condenado a 10 anos e quatro meses em regime fechado, sem direito de recorrer em liberdade.  

O primeiro a ser ouvido foi a vítima, R., que contou que morava no mesmo terreno da residência de sua mãe, em uma casa nos fundos. Segundo a vítima, naquela noite, ele estava em casa com os filhos, e sua esposa estava colocando roupa no arame, quando gritou que Micael havia invadido a casa de sua mãe.   

"Eu peguei uma faca de cozinha e fui ver o que estava acontecendo", disse. Senna relatou que entrou na casa de sua mãe, onde VK estava com o dedo na cara da sua irmã. "Foi aí que eu parti para cima dele, começamos a brigar e a faca que eu portava caiu no chão. Foi quando recebi alguns golpes de faca. Uma das cicatrizes que tenho no braço direito é porque eles iam dar um golpe de faca na minha irmã e eu levei o braço para defendê-la", garantiu.  

Senna afirmou que não conhecia Micael e que passou a conhecê-lo porque a irmã de sua esposa era namorada dele. "Ela me falou que ele era uma pessoa trabalhadora, e inclusive participamos de dois churrascos juntos", contou. Antes do incidente, Micael havia sido preso, e sua cunhada, que era namorada dele, queria visitá-lo no presídio, mas a sogra de Senna não deixou, o que gerou brigas.   

"Ela pediu para que minha esposa tentasse convencer minha sogra a deixá-lo ir ao presídio, mas minha esposa falou que nós não iríamos nos meter", completou. A vítima relatou ainda que foram feitos perfis falsos no Facebook, o que gerou ameaças, mas ele negou envolvimento.  

Durante as agressões, Senna foi esfaqueado no braço direito, no ombro e nas costas. "Fui socorrido por um vizinho, que me levou ao Hospital de Pronto-Socorro da Santa Casa, onde fui atendido e fiquei internado por dois dias. O médico disse que, se uma das facadas tivesse pegado na minha coluna, poderia ter me causado uma lesão grave", relatou.   

Testemunhas 

Na sequência, foram ouvidas a esposa, a mãe e a irmã da vítima. O delegado Guilherme Fagundes Nunes também foi ouvido e relatou que, naquela noite, foi acionado pelo plantão da Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento. "Ele tinha uma ascensão no mundo do crime", afirmou o delegado, que destacou o histórico de Micael, incluindo envolvimento com drogas e porte ilegal de arma de fogo, além de uma tentativa de homicídio e violência doméstica.  

Nunes relatou que solicitou a prisão preventiva de Micael e cumpriu o mandado de busca e apreensão em sua casa, onde residia com a avó. "Ele foi levado para a delegacia e, ao ser questionado sobre quem eram os dois que estavam com ele na noite do crime, que esfaquearam a vítima, ele apenas disse que eram 'uns guri da vila', mas não deu nomes", disse o delegado.  

O réu 

O réu, Micael Victoria Simon, foi interrogado pela juíza Naira Melkis Pereira Caminha e afirmou: "Naquela noite, fui até a casa de R. para conversar com ele, pois acreditava que a vítima fosse responsável pelos perfis falsos no Facebook. Eu entrei na casa da mãe dele e foi quando ele veio armado com uma faca para cima de mim. Aí começamos a brigar, peguei a faca que eu carregava e desferi as facadas. Eu só me defendi. Em nenhum momento quis matá-lo. Se eu quisesse, eu teria matado, porque se eu não tivesse armado, ele teria me matado", afirmou.  

Na acusação, atuou o promotor Claudio Rafael Morosin, e na defesa do réu, o defensor Marcus Vinicius Becker.

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