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Bagé decreta situação de emergência diante da estiagem

Fábio Pozzebom imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Prejuízo já ultrapassa os R$ 77 milhões

O prefeito de Bagé, Luiz Fernando Mainardi, assinou na segunda-feira (17) à noite o Decreto nº 44/2025, que declara Situação de Emergência em todo o município devido aos impactos severos da estiagem. A medida foi tomada diante da escassez de água, dos prejuízos à agropecuária e dos danos à população, que enfrenta dificuldades com o abastecimento e a produção rural.    

Apesar das chuvas recentes, os efeitos da seca ainda persistem, como justificou o município, o que causa prejuízos à economia local. O decreto se baseia em laudos técnicos da Emater/RS-Ascar, do Departamento de Água, Arroios e Esgoto de Bagé (Daeb) e pareceres da Defesa Civil municipal, que atestaram a gravidade da situação.    

O prefeito destacou que a decisão foi tomada com cautela e após diálogo com diversos setores. Segundo ele, as perdas acumuladas ao longo de meses de estiagem não serão revertidas rapidamente, ou seja, é necessário adotar medidas emergenciais para minimizar os impactos, principalmente para as famílias mais afetadas.    

Relatórios da Emater apontam que entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, choveu apenas 88 milímetros, o que agravou a situação da produção agropecuária. As perdas financeiras chegam a R$ 77,26 milhões, com prejuízos expressivos na cultura da soja e na bovinocultura de leite e corte. Além disso, o calor intenso também contribuiu para o agravamento do cenário.    

A crise hídrica impactou diretamente o abastecimento, ainda de acordo com a Prefeitura, o que levou o Daeb a atender milhares de moradores com caminhões-pipa. Vale destacar que o decreto terá validade de 180 dias e sua efetivação dependerá do reconhecimento estadual e federal, o que permitirá ao município acessar auxílios financeiros e programas emergenciais para enfrentar os efeitos da estiagem.  

Em detalhes 

De acordo com o laudo da Emater/RS-Ascar, emitido no dia 14 de fevereiro, o volume total de chuvas entre 20 de dezembro de 2024 e 11 de fevereiro de 2025 foi de apenas 88 milímetros, concentrados principalmente na sede do município. O período também foi marcado por duas ondas de calor extremo, o que agravou os prejuízos na produção agropecuária. As perdas foram estimadas em R$ 77,26 milhões, sendo R$ 70,2 milhões na cultura da soja e R$ 7 milhões na bovinocultura de leite e de corte.    

Além das perdas no campo, a estiagem afetou diretamente o abastecimento de água. O Daeb registrou que, entre 1º de novembro e 11 de fevereiro, 3.160 pessoas na área urbana e 266 moradores da zona rural precisaram ser atendidos com caminhões-pipa.

Lideranças buscam pressionar governantes 

A estiagem na região da Campanha mobilizou lideranças e produtores rurais em um encontro realizado na segunda-feira (17), na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bagé. O presidente do sindicato, Milton Brasil, destacou que a mobilização ocorre em diversos municípios do Estado, e é organizada pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag/RS) com apoio de entidades do setor. Segundo ele, a manifestação visa chamar atenção para a crise vivida pela agricultura e pecuária, que enfrentam dificuldades crescentes devido à estiagem prolongada.    

Entre as principais reivindicações apresentadas estão a renegociação de dívidas, prorrogação de créditos, criação de um fundo de catástrofes com recursos estaduais e federais, além da implementação de políticas públicas voltadas à mitigação dos impactos climáticos. O encontro reuniu cooperativas, instituições financeiras, representantes da Emater e agentes políticos.   

De posse de um documento elaborado durante a mobilização, o deputado Afonso Hamm (Progressistas) afirmou que utilizará os dados como subsídio para buscar prazos maiores para renegociação das dívidas do setor. Segundo ressaltou, laudos da Emater indicam perdas superiores a 50% na produção devido à seca.  Hamm também sugeriu que a estiagem seja tema de debate na reunião semanal da Frente Parlamentar Agropecuária do Congresso Nacional. Aliás, o parlamentar pretende apresentar o documento da região e os laudos técnicos para reforçar a necessidade de medidas emergenciais junto ao governo federal.

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