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Sigo minha estrada e formo opinião sobre o momento político

O Correio Braziliense, tenho salientado, segue acompanhando os movimentos políticos com isenção. Por esse motivo, sempre que posso, coloco comentários de seu quadro de jornalismo. Quase sempre concordo com a maioria. Hoje vai ser uma exceção. Opinião do Correio Braziliense. Leia e analise: 

Visão do Correio: É preciso respeitar as regras do jogo democrático 

Bolsonaro está na posição de quem não se importa com quais são as regras do jogo. Decisões do STF podem ser problematizadas, mas nunca descumpridas. 

O ex-presidente Jair Bolsonaro tinha medidas claras a cumprir quando o Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do ministro Alexandre de Moraes, decidiu pelas já públicas medidas cautelares. Entre elas, estava a obrigação de não propagar discursos nas redes sociais. Ainda que não tenha falado nada demais em sua participação na rede social do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos seus filhos, o ex-chefe do Planalto apostou alto ao desrespeitar o regramento definido pela Corte. 

A análise em Brasília é de que Bolsonaro agiu de maneira calculada. Apostou que Moraes não deixaria o descumprimento passar ileso, e o ministro acatou o que havia determinado. Preso em casa, o ex-presidente quer alimentar ainda mais a polarização e tende a usar a arma de sempre: a mobilização nas redes sociais, ainda que de maneira indireta, a partir, principalmente, de aliados. 

De acordo com monitoramento da consultoria Quaest, até 21h desta segunda-feira, cerca de 1,2 milhão de menções ao caso foram registradas nas principais plataformas digitais: 53% delas foram favoráveis à prisão, enquanto 47% manifestaram posicionamento contrário — em sua maioria, com críticas à medida do Supremo Tribunal Federal (STF) e acusações de abuso de poder. É nessa última percepção que o ex-presidente aposta para se colocar em posição de "perseguido político". 

Para além do capital político, a aparição de Bolsonaro no vídeo de Flávio, durante o fim de semana, foi uma clara afronta às regras do jogo. Enquanto o julgamento pela tentativa de golpe de Estado não é finalizado, o ex-presidente deixa claro que não está disposto a cumprir medidas do STF, a Corte máxima do Judiciário brasileiro. 

Na história do país, muito se discutiu sobre a influência dos ministros do Supremo no lado político de Brasília. É evidente que suas decisões, por vezes, não reúnem apenas elementos jurídicos, mas também posições políticas demarcadas. No entanto, ainda que questionadas, essas determinações sempre foram respeitadas — algo inegociável na democracia. Decisões do STF podem ser problematizadas, mas nunca descumpridas. 

Bolsonaro, por outro lado, está na posição de quem não se importa com quais são as regras do jogo. Com seu futuro político sob enorme pressão, está disposto a fazer o que for preciso para, no mínimo, se colocar como alvo de um suposto esquema político com o objetivo de sufocar a direita brasileira. 

Parte dessa estratégia já foi colocada em vigor durante a retomada das atividades do Congresso, após o recesso. A ala bolsonarista do Senado, por exemplo, ocupou a Mesa Diretora. As decisões de cortes superiores são contestadas como forma de pressionar pela tramitação de medidas problemáticas do ponto de vista da independência dos Poderes, como o impeachment de ministros do STF e a anistia dos condenados pelo 8 de Janeiro. 

Nesse cenário, cabe ao Supremo forçar que a partida seja jogada dentro das quatro linhas da lei — mesmo diante da tentativa dos Estados Unidos de exercer influência sobre a democracia brasileira, a partir do tarifaço. 

OBS.: Até agora continuam insistindo em "direita e esquerda" na política. Penso que, após a ditadura, com a sobrevoada de políticos de um lado para o outro, não tem como caracterizar direita e esquerda. Exemplos: Maluf uniu-se com Lula. Fernando Henrique uniu-se com Marco Maciel. E o mais importante: nunca cumpriram a fidelidade partidária, que foi uma das poucas coisas criadas que colocava um pouco de seriedade nos partidos e políticos brasileiros. 

Cá entre nós, dá para falar ainda em direita e esquerda? Concordam ou não? 


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