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Protesto
Oposição pernoita no Congresso Nacional para impedir trabalhos

José Cruz - Ocupação das mesas diretoras é em protesto pela prisão de Bolsonaro
Os deputados e senadores de oposição pernoitaram nos plenários da Câmara e do Senado na madrugada dessa quarta-feira, dia 6. O objetivo era manter a ocupação das mesas diretoras das Casas e inviabilizar a retomada dos trabalhos legislativos. Somente às 6 horas da manhã de quarta que os parlamentares se revezaram.
A maioria dos parlamentares pertence ao Partido Liberal (PL) e protestam contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi decretada nessa segunda-feira, dia 4. Para partidos da base governista, a ação é ilegal além de representar outro 8 de janeiro em novo ataque às instituições da República.
Anistia
A oposição está exigindo que a anistia geral e irrestitra aos condenados por tentativa de golpe de Estado no julgamento da trama golpista seja pautada, além do impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Moraes é o relator da ação contra Bolsonaro, que é acusado de liderar uma tentativa de anular as eleições presidenciais de 2022 ao pressionar os comandantes militares. A denúncia aponta ainda planos para assassinar e prender autoridades públicas. Jair Bolsonaro e os demais investigados negam as acusações.
O filho de Jair Bolsonaro, senador Flávio Bolsonaro (PL/RJ), foi um dos parlamentares que passou a noite no plenário do Senado. Segundo o senador, a pauta defendida pela oposição poderia derrubar as tarifas dos Estados Unidos de 50% contra cerca de 36% das exportações brasileiras para os EUA. Entre as justificativas de Trump para impor o tarifaço está o processo contra Bolsonaro.
Impedimento de votação
Para o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), a ocupação da mesa é inadmissível e é semelhante ao 8 de janeiro, classificando como golpe continuado. A ocupação está impedindo a votação de um projeto envolvendo a isenção do Imposto de Renda (IR).
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou, na terça-feira, dia 5, o projeto que isenta do IR quem recebe até dois salários-mínimos. O texto substitui a Medida Provisória (MP) 1.294 de 2025, editada pelo governo Lula, e aguarda votação no plenário do Senado. Outra matéria de prioridade da Câmara e do governo que aguarda votação no plenário é o projeto de lei que isenta do Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 mil reais.
Presidentes
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), não criticou a ação da oposição, e cancelou a sessão de terça. Em suas redes sociais, Motta afirmou que o Parlamento deve ser a ponte para o entendimento.
Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre afirmou que a ocupação é inusitada e alheia aos princípios democráticos e fez um chamado à serenidade e ao espírito de cooperação.
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