O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou 12.297 lotes de terra da reforma agrária a famílias de 138 assentamentos rurais em 24 Estados. O evento ocorreu no Complexo Ariadnópolis, em Campo do Meio (MG), onde está localizado o Quilombo Campo Grande. Durante a cerimônia, Lula ressaltou a importância da reforma agrária e a concentração fundiária no Brasil. Segundo ele, as grandes propriedades rurais, que somam 658 milhões de hectares, contrastam com os apenas 116 milhões de hectares ocupados por 5,6 milhões de pequenas propriedades, responsáveis pela maior parte dos alimentos consumidos no país.   

O presidente enfatizou que a distribuição de terras é uma questão de justiça social e fundamental para o desenvolvimento da agricultura familiar. Lula afirmou que, desde o início de seu terceiro mandato, determinou um levantamento das terras públicas e improdutivas para destiná-las à reforma agrária. Segundo ele, esse estudo já foi concluído, e o próximo passo será a disponibilização dessas áreas. Ele destacou que a terra deve estar nas mãos do povo para produção e afirmou que o governo pretende agilizar o processo de assentamento das famílias.    

No evento, o presidente assinou sete decretos de desapropriação por interesse social, totalizando milhares de hectares em diferentes estados. Além disso, anunciou a destinação de R$ 1,6 bilhão para o Crédito Instalação em 2025, recurso voltado para moradia, apoio inicial e fomento à produção de jovens e mulheres assentados. Também foram criados novos projetos de assentamento com terras adquiridas pelo governo para resolver conflitos agrários.    

As iniciativas fazem parte do programa Terra da Gente e incluem a entrega de títulos de domínio, incentivos à recuperação ambiental e renegociação de dívidas no Desenrola Rural. Além disso, foi assinada uma portaria que estabelece um limite de R$ 700 milhões para adjudicação de imóveis de grandes devedores, permitindo que essas terras sejam utilizadas para a reforma agrária.