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Júri
Réu é condenado por tentativa de feminicídio contra ex-companheira

Luciano Madeira imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Réu disse que agrediu companheira porque ficou com raiva
Passava das 10h quando iniciou, no Salão do Júri, o julgamento de Tony Lucas Cavalheiro Feijó, de 30 anos, acusado de uma tentativa de feminicídio contra a ex-companheira Lais Dallmann Pereira. O fato aconteceu no dia 18 de dezembro de 2022, na rua Pinheiro Machado, no bairro Getúlio Vargas. O réu foi condenado a 11 anos e três meses em regime fechado. Como aguardou o processo preso, Feijó não terá o direito de recorrer em liberdade.
Ouvida por videoconferência
A vítima contou que ela e o réu se conheceram em Rio Grande e que Feijó estava envolvido com o tráfico de drogas. Inclusive, na época, ele usava tornozeleira eletrônica. "Aí ele me convidou para vir morar com ele em Bagé. Aí eu disse que aceitava, mas não queria saber de envolvimento com droga", relatou, explicando que, há algum tempo, havia sido usuária de crack.
"Quando chegamos em Bagé, a gente foi morar em uma casa, mas o nosso pátio dava acesso aos fundos da casa do pai dele. Naquele domingo, eu tinha ido a um bar e, quando voltei, ele estava sentado no muro bebendo", acrescentou.
Início das agressões por ciúmes
"Ele começou a me xingar e a me agredir e, usando uma soqueira, desferiu vários socos na minha cabeça. Ele também quebrou o meu nariz e o maxilar. Eu não conseguia me defender porque ele era mais forte que eu. Tentava conversar com ele, mas as agressões não paravam", relatou a vítima sobre as agressões.
"Ele me levou para a casa do pai e as agressões continuaram. Me pegava pelos cabelos e me fazia olhar no espelho para ver como eu estava. Eu já estava tonta por causa das agressões na cabeça e toda ensanguentada. Não sei precisar o que era, mas ouvi barulho de vidro quebrando. Ele pegou um espeto e me atingiu nas costas, onde sofri uma perfuração no pulmão esquerdo", relatou.
"Terminar o que tinha começado"
A vítima afirmou que, enquanto era agredida, os vizinhos ouviram o barulho no interior da casa, mas não sabiam o que estava acontecendo e chamaram a Brigada Militar. "Quando os policiais chegaram, ele me trancou no banheiro e disse: 'Fica aí que eu vou lá e volto para terminar o que comecei'".
"Foi nesse momento que eu consegui fugir pelos fundos da casa do pai dele e fui até onde os policiais estavam. Relatei que ele tinha me agredido. Eu fui socorrida e levada para o hospital, onde fiquei internada por alguns dias. Depois, fui encaminhada para uma casa de abrigo da Prefeitura e, posteriormente, voltei para Rio Grande", contou.
"Não tive nenhuma intenção de matar"
Durante o interrogatório, Tony Lucas Cavalheiro Feijó disse que, no dia do fato, tinha ido trabalhar e, quando chegou do serviço, a vítima não estava em casa. "Foi quando ouvi um barulho no interior da casa do meu pai. Eu fui ver e ela estava acompanhada de um homem furtando a casa do meu pai", relatou.
"Eu fiquei com raiva. Consegui acertar um soco no homem, mas ele fugiu. Eu não nego que estava com muita raiva e a agredi, mas, em nenhum momento, tive a intenção de matar", afirmou o réu.
De acordo com Feijó, ele usou o celular do pai, que estava na sala, para chamar a Brigada Militar. "Quando os policiais chegaram, eu relatei o que tinha acontecido, e foi quando a vítima apareceu suja de sangue. Na hora, falei que ela estava junto com o homem roubando na casa do meu pai", falou.
"Ela disse para os policiais que tinha sido agredida e, então, eu fui levado para a delegacia e preso", afirmou Feijó. "Hoje eu estou aqui falando a verdade e não nego que a agredi, mas nunca tive a intenção de matar", acrescentou.
Na parte da tarde, quando o julgamento retornou, aconteceu a manifestação do promotor Cláudio Rafael Morosin e da defesa do réu, feita pelo defensor público Marcus Vinicius Becker.
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