Cineclube
Má Fama impulsiona cultura alternativa com exibições e debates

Divulgação - Recente exibição com participação do cineasta Zeca Brito
O Cineclube Má Fama, iniciativa independente promovida pela Estação Godot em parceria com o Sindicato dos Municipários de Bagé (SIMBA), tem movimentado a cena cultural da cidade desde abril de 2025. Com sessões gratuitas realizadas semanalmente, o projeto exibe filmes fora do circuito comercial, seguidos de debates abertos ao público. Em apenas quatro meses, mais de 50 pessoas já participaram das atividades, que buscam fomentar o pensamento crítico e o acesso democrático à cultura.
A mostra atual, intitulada “Danos Morais e Má Fé”, tem curadoria de Lucas Rosa, Marina Lins e Fabrício Rossatto Fagundes e é inspirada nos “midnight movies”, filmes cults e provocativos tradicionalmente exibidos em horários alternativos. Entre os títulos exibidos estão Showgirls, Eraserhead, Possessão, Eles Vivem, Meu Pobre Coração de Luto e Sacco e Vanzetti, compondo uma programação diversa em termos de gêneros, épocas e nacionalidades.
Os debates após as sessões são realizados de forma livre, sem mediação formal, permitindo trocas espontâneas entre os participantes. Para Marina Lins, idealizadora do projeto, o cineclubismo cumpre uma função social importante ao formar público, estimular o debate e oferecer uma experiência coletiva de reflexão sobre o cinema.
"O cineclubismo tem uma função social que vai além da simples circulação de obras. Ele forma público, provoca debate e garante o acesso à experiência de pensar o cinema coletivamente ", afirmou.
Sem os cineclubes, o cinema corre o risco de ser apenas mercado. O cineclubismo é parte fundamental de um sistema maior que sustenta o cinema como prática cultural viva. E o que estamos pensando aqui são também novas formas de ver e comentar filmes, novas possibilidades de sociabilidade e lazer”, completou o idealizador Lucas Rosa.
Na última semana, o cineclube exibiu o clássico gaúcho Meu Pobre Coração de Luto (1978), protagonizado por Teixeirinha e Mary Terezinha, com participação de Sapiran Brito. A sessão prestou homenagem aos dois artistas recentemente falecidos e contou com a presença especial do cineasta e Secretário de Cultura de Bagé, Zeca Brito, filho de Sapiran.
A última sessão da temporada será no dia 2 de agosto, com exibições dedicadas às religiões de matriz africana: A Praga (1980), de José Mojica Marins, e O Amuleto de Ogum (1974), de Nelson Pereira dos Santos. A participação é gratuita, mediante preenchimento de formulário disponível no grupo do WhatsApp acessado pelo Instagram @estacaogodot. As vagas são limitadas.
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