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Para que se possa entender – fraudes são de quando?

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Roubo do patrimônio público, creio, acontece desde que Pedro Álvares Cabral aportou nas costas brasileiras. A história conta que o navegador teria se perdido quando o destino era a Índia. Ele teria trazido no navio a pior escória de Portugal. Isso é o que nos contam os livros de história. Pois bem, a única coisa que tenho salientado sempre que argumento é que Pedro Álvares Cabral não se perdeu do caminho da Índia. Ele encontrou as Índias brasileiras. Pois bem, isso é um detalhe. O importante é a discussão entre políticos do governo e da oposição brasileira sobre o roubo no INSS, que tem divergência sobre quando iniciou. Ou que ano iniciou. O governo afirma que foi em 2019, no governo de Bolsonaro; outros afirmam que foi muito antes.  

No primeiro dia em que a ‘bomba’ explodiu, em meus meios de comunicação, eu falei no efeito Bolsonaro. Mas por quê? Simples: uma das primeiras atitudes do novo governo (Bolsonaro) foi terminar com a obrigatoriedade de o trabalhador ser sindicalizado. Era obrigatório se filiar a um sindicato de sua classe. Antigamente, os sindicatos, com raras exceções, levavam a bandeira de seu partido político. Ou seja, antes de o governo Bolsonaro se estabelecer, era obrigatório o trabalhador ser sindicalizado. Bolsonaro, através de decreto, retirou a obrigatoriedade e determinou que, por ser opcional, cada empregado com carteira assinada poderia autorizar um desconto em seu contracheque. Na época, afirmei — está escrito na coluna do jornal: Bolsonaro se vingou dos sindicatos de trabalhadores cuja maioria eram apoiadores de Lula.  

Sabe por que estou tocando no tema de novo? Porque muita gente já esqueceu. Então, o que muda nas investigações? Nada. Pode seguir o roteiro estabelecido, que mostra que os sindicatos e associações acharam o caminho para continuar recebendo recursos dos trabalhadores com a fraude das autorizações falsas, que é a grande maioria — mais de 80% — dos que não sabiam ou não tinham assinado e, portanto, não tinham autorizado nenhum desconto em seus salários. Pois bem, Bolsonaro admite que poderia ter iniciado em seu governo. Leiam sua declaração no Correio Braziliense de ontem, terça, 20 de maio:  

"Bolsonaro admite possibilidade de fraude no INSS ter começado no seu governo. Bolsonaro também manifestou apoio à criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar os descontos indevidos aplicados a benefícios de aposentados e pensionistas."  

Bolsonaro afirmou que é difícil garantir uma administração com "zero absoluto" de corrupção. Contudo, criticou o governo Lula: 

"Agora, explodiu." 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu, na quarta-feira, 14, a possibilidade de as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) terem começado durante seu mandato. No entanto, afirmou que o esquema ganhou maior proporção no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bolsonaro também manifestou apoio à criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar os descontos indevidos aplicados a benefícios de aposentados e pensionistas, que causaram um prejuízo estimado em R\$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, segundo a Polícia Federal.  

"É possível e vai ser investigado. Se, porventura, alguém do meu governo fez algo de errado, pague. E ponto final", afirmou Bolsonaro, quando questionado sobre a possibilidade de a fraude no INSS ter começado no seu governo. 

"Nos da direita assinamos (a CPMI). PT, PSOL, PDT, ninguém assinou a CPMI. Vamos investigar", tou.  

Bolsonaro afirmou que é difícil garantir uma administração com "zero absoluto" de corrupção. Contudo, criticou o governo Lula: 

"É como zero absoluto, não tem como chegar lá. Tem que investigar. Agora, explodiu no governo do Lula. Explodiu", disse Bolsonaro em entrevista ao portal UOL. 

Voltei. DIARIAMENTE TEMOS NOVIDADE. Ou não. 

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