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“Tarifaço”

Brasil sob investigação comercial após tarifa de 50% dos EUA

Embaixada dos EUA/Divulgação -

Diante da taxação de 50% sobre todas as exportações brasileiras aos EUA a partir de 1º de agosto, setores da indústria, comércio e agronegócio intensificaram pressões contra a medida. Os Estados Unidos também abriram investigações contra o Brasil além de marcarem uma audiência pública para setembro. 

A Câmara de Comércio dos Estados Unidos e Câmara Americana de Comércio no Brasil (AmCham Brasil) publicaram uma nota em conjunto contra a taxação. Segundo o documento, o tarifaço impactaria suprimentos e os consumidores dos EUA, o que causaria o aumento dos custos para as famílias e reduziria a competitividade das principais indústrias americanas. 

“Mais de 6,5 mil pequenas empresas nos EUA dependem de produtos importados do Brasil, enquanto 3,9 mil empresas americanas investem no país. O Brasil é um dos 10 principais mercados para as exportações dos EUA e o destino de quase US$ 60 bilhões em bens e serviços americanos todos os anos”, argumenta a nota. 

Para a Câmara de Comércio dos Estados Unidos e a AmCham Brasil, a relação comercial é estável e produtiva entre as duas maiores economias do hemisfério beneficia os consumidores, sustentando empregos além de haver prosperidade mútua. 

Indústria 

Lideranças da indústria brasileira participaram de uma reunião na terça-feira, dia 15, com representantes do governo federal. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, disse que o governo e o setor estão "uníssonos e convergentes" em busca de uma solução, de preferência antes da data prevista para a taxação. Os empresários brasileiros se comprometeram a intensificar o diálogo com o setor privado norte-americano. 

Já o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que não descarta a possibilidade de buscar o adiamento da taxação caso até o dia 1º de agosto os países não cheguem a um acordo. 

Agronegócio 

Os representantes do agronegócio estiveram em reunião também na terça-feira com ministros e secretários do governo federal. Eles manifestaram confiança nos esforços do governo em reverter a decisão, mas apresentaram preocupação com as perdas caso o tarifaço se consolide. 

O presidente da Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Roberto Perosa, garantiu que a taxa imposta pelos EUA tornaria inviável a exportação de carne bovina para o país. Segundo Perosa, diversos frigoríficos suspenderam a produção e cerca de 30 mil toneladas estão em portos ou embarcadas com destino aos EUA. 

Já o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho, explicou que a safra de manga foi planejada há seis meses, tendo sido contratados 2,5 mil contêiners para o transporte das exportações e que não há logística para enviar para Europa, por exemplo. Além disso, explicou que caso tragam para o Brasil, colapsaria o mercado.  

Investigações 

O representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, disse nessa terça-feira que iniciou uma investigação sobre as práticas comerciais injustas do Brasil. Com isso, será decidido se o tratamento dado pelo Brasil ao comércio digital e serviços de pagamento eletrônico (Pix), além de tarifas preferenciais, é insensato ou discriminatório e onera ou até mesmo restringe o comércio dos EUA. 

Dentre as “vítimas” estariam empresas de mídia social dos EUA e outras, bem como trabalhadores, agricultores e inovadores de tecnologia que seriam prejudicados pelas práticas comerciais injustas.  

Outro ponto é que o Brasil também teria cobrado tarifas substancialmente mais altas sobre as exportações de etanos dos EUA e não está cumprindo com as leis contra o desmatamento ilegal, prejudicando a competitividade dos produtores de madeira dos EUA. 

Como parte do processo, os EUA solicitaram consultas com o governo brasileiro. Os americanos também marcaram uma audiência pública para o dia 3 de setembro.  


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