Especial
Desafios e resiliência são destaques na jornada de mãe de quadrigêmeos

Roberta Hetch -
Por Priscila Petrecheli
“Em um primeiro momento, o susto foi imenso. Aí a ficha caiu e vimos que não seríamos mais um casal e sim uma família completa”. É assim que a farmacêutica Ana Caroline Porto, de 39 anos, relata a descoberta dos quadrigêmeos Lavínia, Larissa, Heitor e Lauren, que hoje têm 5 anos de idade. Eles foram notícia do Folha do Sul em seus primeiros meses e anos, e, neste Dia das Mães, essa jornada é atualizada para os leitores.
Ana engravidou de forma natural aos 33 anos. A chance de uma gestação de quadrigêmeos é de uma a cada 700 mil, o que torna o caso extremamente raro. O histórico familiar pode ter influenciado: há casos de gêmeos por parte da mãe e de duplos e quíntuplos na família do pai.
Apesar da incredulidade inicial, Ana conta que a gestação foi tranquila — mesmo com os medos, inseguranças e dúvidas sobre como tudo aconteceria. Durante esse período, ela precisou interromper a vida profissional para se dedicar totalmente à gravidez.
PARTO
Durante a gestação, Ana lamenta a falta de uma presença feminina ao seu lado. Porém, no nascimento dos bebês, contou com a ajuda de uma amiga. No dia 27 de outubro de 2019, entre 15h26min e 15h31min, por meio de uma cesárea, Lavínia, Larissa, Heitor e Lauren vieram ao mundo.
Após o nascimento, eles ficaram 46 dias internados na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre antes de poderem voltar para Bagé.
AJUDA
Após o parto, Ana contou com uma ampla rede de apoio, formada por cerca de 20 a 25 pessoas. “Eu aprendi a lidar com a situação sozinha, já que não tenho mãe”, relata. O grupo chegou a montar uma escala de revezamento para cuidar dos bebês nos três turnos do dia, com duas a três pessoas em cada período.
“As pessoas abraçaram a situação junto comigo. Cuidavam de mim. Me ajudavam com eles”, lembra.
Ao falar sobre a maternidade, Ana reconhece que foi essa rede quem mais a ensinou. Se diz eternamente grata, embora prefira não citar nomes para não correr o risco de esquecer alguém.
RESPONSABILIDADE
Criar os quatro filhos, que hoje têm 5 anos, foi um desafio para Ana. Ela destaca a preocupação em guiá-los pelo caminho do bem e do amor ao próximo, buscando ensinar valores, bons sentimentos e atitudes, além de oferecer amor incondicional e dedicação constante.
Além disso, ela relata que o tempo está cada vez mais curto. Atualmente, são muitas descobertas e muitas perguntas. “Hoje eu tenho três companheiras e amigas, um príncipe lindo que me enche de amor diariamente (ele é autista)”.
Ao lado do marido, Leandro Cazartelli Machado, de 44 anos, Ana conta que os dois fazem o possível para estarem sempre presentes na rotina dos quadrigêmeos, dando atenção e acompanhando de perto cada fase.
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