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Usina
Compasso é de espera pela retomada de Candiota III

Divulgação CGT Eletrosul imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Lideranças estão mobilizadas em Brasília para reverter situação
A incerteza sobre o futuro da Usina Termelétrica de Candiota III (UTE Candiota III) tem mobilizado lideranças políticas e representantes do setor para evitar impactos socioeconômicos severos na região. A principal preocupação é a manutenção de mais de sete mil empregos diretos e indiretos que dependem da atividade carbonífera. Nesta semana, novas ações foram efetivadas em Brasília para pressionar o governo federal a adotar soluções imediatas.
O deputado federal Afonso Hamm, integrante da Frente Parlamentar da Mineração, participou de reuniões ao lado do prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador, do presidente da Associação Brasileira do Carbono Sustentável, Fernando Zancan, e do diretor do Sindicato dos Mineiros de Candiota, Hermelindo Ferreira. O grupo reforçou a necessidade de publicação de uma Medida Provisória (MP) que renove os contratos de venda de energia da usina junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Os contratos de comercialização foram encerrados em 31 de dezembro de 2024, e a promessa do Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de editar a MP, feita em 15 de fevereiro, ainda não foi cumprida, aumentando a apreensão no setor. "Estamos em tratativas junto ao governo federal para que uma solução seja encontrada. Estamos trabalhando para que tenha celeridade a edição da MP e tão logo a tramitação no Congresso Nacional", afirmou Hamm.
Caso a MP não seja publicada, as lideranças devem buscar a derrubada do veto presidencial aos artigos da Lei 15.097/2025, que previam a prorrogação dos contratos das usinas térmicas a carvão até 2043. A justificativa para a manutenção do carvão mineral no setor energético é a necessidade de uma transição equilibrada e responsável, evitando o colapso econômico das regiões carboníferas.
A situação dos trabalhadores
O impasse já tem afetado diretamente os trabalhadores da região, que vivem em um cenário de incerteza. O diretor do Sindicato dos Mineiros de Candiota, Hermelindo Ferreira, destacou que ainda não há nada concreto sobre soluções definitivas.
"Estamos em Brasília, eu e o prefeito Folador, correndo para ver se conseguimos fazer com que seja editada essa Medida Provisória, que venha contemplar nossa usina, Candiota III, e que possa haver a recontratação de energia, através do governo, com energia reserva", afirmou.
Segundo Ferreira, a indefinição tem gerado preocupação entre os trabalhadores. "Por parte dos trabalhadores ainda há essa incerteza. Nós não temos nada de concreto. Nós vamos ter mais algumas reuniões. As coisas a gente gostaria que andassem um pouco mais rápido. Mas a expectativa é por essa alternativa, de sair essa Medida Provisória. Acreditamos que é o mecanismo mais rápido para reverter a situação", pontuou.
A usina segue parada, aguardando uma definição. "A Usina continua parada. A CRM está parada, esperando alguma alternativa. A usina está em manutenção, para deixar tudo pronto para o momento que se consiga liberar, para que o governo compre essa energia, para que a produção dessa energia tenha um caminho de escoamento. Mas, até então, não temos nada definido para informar. O trabalho aqui está muito intenso e continua", detalhou.
Perspectivas e caminhos políticos
As lideranças defendem a inclusão do carvão mineral em um modelo de transição energética equilibrado e responsável, argumentando a necessidade de proteger a economia das regiões carboníferas e evitar consequências sociais severas. "Com o fechamento da Usina, muitos trabalhadores estão correndo risco de perder seus empregos e, nesse sentido, estamos buscando alternativas mais urgentes para a renovação do contrato". Em síntese, a expectativa é de que ainda há espaço para reverter a situação.
Impasse
O Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) aponta, no Inventário de Emissões Atmosféricas em Usinas Termelétricas, que Candiota III e Pampa Sul lideram a emissão de gases de efeito estufa por eletricidade produzida. O estudo - de 2022 - analisou 72 usinas do Sistema Interligado Nacional (SIN). Esse inventário também avaliou a eficiência energética das usinas, e destacou que as movidas a carvão estão entre as menos eficientes. Conforme o instituto, além dos impactos ambientais, o avanço das térmicas fósseis contribui para o aumento do custo da eletricidade.
Já a plataforma do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG) destacou que Candiota III é o maior emissor de gases de efeito estufa no Rio Grande do Sul, inclusive, aponta que, entre 2020 e 2022, foi uma das seis termelétricas que mais emitiram gases de efeito estufa (GEE) no Sistema Interligado Nacional. Aliás, ocupou a primeira posição em 2020 e também no ano de 2022, e a sexta em 2021.
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