O outono de 2025 começa nesta quinta-feira (20) às 6h01min, e será marcado pela neutralidade climática no Oceano Pacífico, sem a presença de El Niño ou La Niña, como destacou a MetSul Meteorologia. No Rio Grande do Sul, o período terá bastante alternância entre dias mais quentes e períodos de frio pontual. Vale destacar que frio intenso e prolongado não deve ser frequente. E estão previstas poucas ocorrências de geada.    

Despedida 

O último dia completo do verão começou com temperaturas baixas no Rio Grande do Sul, especialmente em áreas de maior altitude, onde houve formação de geada. Os termômetros registraram mínimas de 4,4ºC em São José dos Ausentes e 5,4ºC em Vacaria. A queda acentuada da temperatura, segundo a MetSul Meteorologia, ocorreu devido ao tempo aberto e ao ar seco, sem a influência de uma massa de ar frio.    

Apesar do frio da madrugada dessa quarta-feira, 19, o mesmo ar seco que favoreceu o resfriamento também contribuiu para uma tarde quente. Muitas cidades do interior gaúcho tiveram máximas acima de 30ºC, especialmente na Metade Oeste.   

Transição  

A MetSul Meteorologia reforçou que a combinação de noites frias e tardes quentes será um padrão nos próximos dias, marcando a transição do verão para o outono.   

Neutralidade 

A estação não será caracterizada pela presença de El Niño ou La Niña, no entanto, haverá anomalias positivas na temperatura da superfície do mar, sem que isso caracterize um El Niño clássico.   

A neutralidade não significa estabilidade, podendo haver extremos climáticos tanto de calor quanto de frio. Um fator importante é o aquecimento das águas do Pacífico perto da América do Sul, o chamado El Niño costeiro, que pode reduzir a chegada de massas de ar frio ao Sul do Brasil.   

Diferente do outono de 2024, quando o Rio Grande do Sul enfrentou graves enchentes devido ao El Niño, o cenário atmosférico de 2025 é distinto. No ano passado, o Pacífico Equatorial tinha uma anomalia de 1,3°C no início da estação, enquanto agora está em 0,3°C.   

Além disso, o Atlântico Tropical não apresenta as mesmas anomalias recordes de temperatura que contribuíram para as enchentes de 2024. Com isso, a expectativa é de um comportamento climático menos extremo do que o do ano anterior.    

Chuvas 

A chuva no outono muda de padrão, sendo influenciada principalmente por frentes frias e centros de baixa pressão. A previsão aponta chuvas abaixo da média na maior parte do Centro-Sul do país, o que pode afetar a agricultura, agravando o déficit hídrico no Rio Grande do Sul.   

Temperaturas  

Em relação à temperatura, o outono ainda terá períodos de calor, especialmente em abril e maio, sendo possível a ocorrência de veranicos. O Rio Grande do Sul terá a maior variação em comparação aos outros Estados do Sul, alternando entre dias mais quentes e períodos de frio pontual. Apesar disso, o frio intenso e prolongado não deve ser frequente, com poucas ocorrências de geada.    

Amplitude térmica  

Outro destaque da estação é a maior amplitude térmica, com noites frias e tardes quentes, além do aumento de nevoeiros, especialmente em maio e junho. As bruscas mudanças de temperatura também são comuns, podendo ocorrer quedas de mais de 20°C em poucas horas com a chegada de frentes frias.   

Ciclones 

Ainda de acordo com a MetSul, o outono também marca o aumento da frequência de ciclones extratropicais, que podem provocar ventos fortes, ressacas no mar e quedas de energia. ​