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Estado reconhece situação de emergência de Bagé

Tamile Padilha imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Sanga Rasa está com déficit hídrico de 4,2 metros

A situação de emergência em Bagé, devido à estiagem, foi oficialmente homologada pelo Governo do Estado na terça-feira (11). Em síntese, a homologação reconhece a grave crise hídrica no município por um período de 180 dias. A escassez de chuvas tem gerado sérios impactos na cidade: afeta tanto o abastecimento de água quanto o setor agropecuário. A barragem da Sanga Rasa, principal reservatório da Rainha da Fronteira, está com nível de água 4,2 metros abaixo do normal, enquanto a barragem do Piraí apresenta déficit de 2,4 metros.   

Desde segunda-feira, Bagé entrou em regime de racionamento de água de 12 horas diárias, com interrupção do fornecimento de 15h às 3h para parte dos bairros da cidade. Tal racionamento, vale explicar, ocorre em formato de rodízio: a cidade foi dividida em dois setores e cada um deles fica 12 horas desabastecido dia sim, dia não.  

O impacto da estiagem também é sentido no setor agropecuário de Bagé, com perdas expressivas na produção agrícola. Segundo a Emater/RS-Ascar, até fevereiro de 2025, os prejuízos já somam R$ 77,26 milhões, sendo R$ 70,2 milhões na cultura da soja e R$ 7 milhões na bovinocultura, que engloba tanto a produção de leite quanto de carne. Essas perdas afetam diretamente a economia do município, com danos significativos para os agricultores locais.  

O decreto de situação de emergência foi emitido pelo prefeito Luiz Fernando Mainardi no dia 28 de fevereiro, e destacou a gravidade da estiagem e seus impactos na cidade. A medida visa possibilitar ações de emergência para minimizar os danos à população e à economia, além de facilitar a alocação de recursos e apoio estadual para a recuperação da situação hídrica e agrícola.  

Avaliação do racionamento 

No primeiro dia de racionamento de 12 horas, as manobras realizadas pelo Departamento de Água, Arroios e Esgoto (Daeb) aconteceram normalmente, como estava previsto, segundo a divulgação da autarquia.  

Durante a manhã dessa quarta-feira (12), porém, alguns bairros da zona Norte, que já estavam recebendo água dentro da escala do racionamento, tiveram seu fornecimento suspenso novamente devido à rompimento de rede na avenida Espanha. Outra intercorrência foi a manutenção realizada na subestação Bagé 2, pela CPFL Transmissão, que provocou falta de luz das 2h às 4h em algumas regiões da cidade. Devido à interrupção da energia, motores se desligaram, impedindo o abastecimento de água em alguns bairros, como o Ivo Ferronato.   

Estes locais atingidos, que pertencem ao Setor 2, tiveram água liberada por mais tempo dentro da escala de racionamento dessa quarta. Sempre que necessário, o Daeb realizará adequações nos horários do racionamento para compensar eventuais problemas, informou.  

Chuvas amenizaram problema 

Conforme Milton Brasil, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, há prejuízos, mas a situação está um pouco com as últimas chuvas. "Não está terra arrasada", definiu. A fala faz referência aos pastos, que estão mais verdes, o que ajuda na alimentação dos animais. Por outro lado, ainda há déficit hídrico não só diante da demanda dos animais, mas também da população. Ele citou os racionamentos que ocorrem em vários municípios da região, mais recentemente em Bagé. A principal preocupação está mesmo relacionada a reserva de água para o gato. Acontece que a escassez afeta a produção de leite. O milho também é prejudicado pelas estiagem.  

A reportagem também conversou com Márcia Colares, uma das lideranças da região das Palmas. Ela mencionou que, com as últimas chuvas, de fato, na região de Palmas, a estiagem cedeu um pouco. "Tem chovido, embora a recuperação das pastagens e das águas ainda esteja acontecendo", sustentou. Segundo Brasil, a expectativa, agora, é por chuvas regulares, em toda a região.  

Acontece que tem chovido de forma desparelha: locais próximos registram acúmulos de chuva bastante distintos. "A expectativa que existe daqui para frente é de que, se não chover, a situação se agrave", sustentou, ao mencionar a importância da homologação da situação de emergência para que os produtores possam ter acesso a políticas públicas, a recursos importantes em momentos como este.

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