A colheita do arroz no Rio Grande do Sul atingiu 50% da área plantada, com ritmo acelerado nas lavouras. A Fronteira Oeste, principal região produtora do Estado, deve concluir essa etapa até o final de março, segundo a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz). Apesar da produtividade satisfatória, a onda de calor de janeiro e fevereiro afetou a qualidade dos grãos, reduzindo a proporção de grãos inteiros na última semana.    

A Federarroz alerta para a queda nos preços do arroz, que preocupa os produtores. Os leilões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anteciparam essa redução, pressionando o mercado. Em algumas regiões, o valor pago pelo grão não cobre os custos de produção, especialmente quando considerados gastos com maquinário e mão de obra terceirizada.    

Para o consumidor, no entanto, os preços continuam acessíveis. Segundo a Federarroz, o Brasil está entre os 14 países com o arroz mais barato do mundo, ao lado do Paraguai na América do Sul. O quilo do grão varia entre R$ 5,00 e R$ 6,00 nos supermercados, sendo uma das proteínas mais acessíveis da alimentação brasileira.    

Outro fator que impacta a produção é a estiagem, que atinge diversas regiões do Estado. Produtores que também cultivam soja conseguiram minimizar prejuízos, usando a cultura para cobrir custos operacionais. No entanto, a Depressão Central enfrenta dificuldades mais severas, agravando a situação econômica dos agricultores locais.    

Ainda restam 50% das lavouras para serem colhidas, incluindo 100 mil hectares plantados fora do período ideal e sem seguro agrícola. Caso os preços atuais se mantenham, muitos produtores poderão ter dificuldades financeiras, comprometendo a próxima safra. Apesar dos desafios, a Federarroz destaca a competitividade do setor, que segue abastecendo o mercado interno e exportando para diversos países.