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Ricardo Peró Job

Luzes & Sombras

Absurdo
Esta semana li um artigo do "economista e mestre em filosofia pela USP", senhor Joel Pinheiro da Fonseca, também colunista da Folha de São Paulo, atacando a liberdade de expressão. O título já dizia tudo "A quem interessa a liberdade de expressão irrestrita", mas o subtítulo era ainda mais impressionante: "Quando uma opinião coloca em risco outros direitos, é evidente que ela deve ser tolhida". Realmente, o galope da censura no Brasil impressiona, inclusive com apoio de ministros do STF e até mesmo de jornalistas.

Vergonha nacional

Esta semana um desmoronamento em um canteiro de obras do Metrô de São Paulo abriu uma cratera na Marginal Tietê. Segundo informações do Corpo de Bombeiros o deslizamento estaria relacionado ao trabalho de escavação realizado pela máquina conhecida como tatuzão (equipamento de perfuração do solo), que teria atingido uma tubulação da Sabesp. A construção da linha 6- Laranja do metrô de São Paulo teve início em 2015. Em 2016 parou quando o consórcio responsável pela construção alegou que não poderia dar continuidade devido à falta de dinheiro. As obras foram retomadas em outubro de 2020, na gestão do governador Dória. Não foi o primeiro acidente do gênero nas obras do metrô paulista. Em 2021, uma passarela montada ao lado de uma ponte estaiada, que abriga plataformas da estação da Linha 5-Lilás, desabou no Rio Pinheiros, na zona oeste da cidade. Em 2007, um desmoronamento no canteiro de obras atingiu a Linha 4-Amarela., provocando a abertura de uma cratera de 80 metros de diâmetro às margens da Marginal Pinheiros, na zona oeste da capital. Sete pessoas morreram soterradas.
No Brasil, são comuns desabamentos em obras públicas, sem falar na pouca durabilidade das mesmas. São pontes que na primeira enxurrada são levadas pelas águas, estradas que se dissolvem como manteiga durante as chuvas ou ficam esburacadas ou deformadas em poucos meses e por aí vai. Em suma, dinheiro público - fruto de uma carga de impostos escorchantes - que por falta de fiscalização ou da corrupção, se esvai pelo ralo.

Os charuteiros
Depois da publicação, no início dos anos 60, da conhecida fotografia do guerrilheiro Che Guevara em seu uniforme de guerra fumando um charuto cubano, tornou-se comum nos depararmos com imagens de aspirantes à ditadores latino-americanos com charutos na boca em suas costumeiras peregrinações à ilha em ruínas da família Castro. Aqui no Brasil, petistas e seus satélites costumam macaquear a imagem sem descanso, mas durante os governos Lula e Dilma, o amor aos charutos cubanos passaram dos limites. Esta semana ficamos sabendo que Dilma aceitou charutos cubanos como garantia de um empréstimo de 176 milhões de dólares (R$ 1 bilhão de reais na cotação atual) para a construção do porto de Mariel em Cuba, enquanto no Brasil, o sucateamento dos portos sucateados era escandaloso. Cuba levou o dinheiro e não pagou, nem mesmo com os tais charutos. Em caso de pagamento em espécie, alguma sugestão de onde enfiar tal quantidade de produtos da Ilha?

Alexandre, "O Mínimo"
O ministro Alexandre de Moraes, que tem dedicado seu tempo a censurar atividades de jornalistas, perseguir parlamentares e cidadãos comuns, chegando a levar alguns à prisão ou a fuga do país, agora parece obcecado em tentar humilhar publicamente o presidente Jair Bolsonaro, querendo obriga-lo a depor presencialmente em mais uma absurda "investigação". Supostamente um dos "guardiões" da Constituição da República, Alexandre especializou-se como censor e violador de direitos fundamentais dos cidadãos, sob o silêncio constrangedor do Senado, que deveria reconduzi-lo ao seu lugar entre as quatro linhas do Poder Judiciário.

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