BAGÉ WEATHER

Estiagem

Como as escolas lidam com o racionamento

Luciano Madeira imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Escassez de água muda a rotina de instituições

Na série de reportagens sobre o racionamento, nesta edição, o Folha do Sul conversou com representantes de escolas de diferentes redes de ensino, para saber como estão lidando com a escassez de água. Hoje, Bagé encara um racionamento de 15 horas.

A diretora do Colégio Franciscano Espírito Santo, irmã Maria Ana Klein, disse que a instituição de ensino conta com 1,6 mil alunos e que, até o momento, o racionamento não alterou a rotina. A diretora relatou que o colégio tem poço artesiano, além de um grande reservatório. “Fazemos um trabalho de conscientização dos alunos para cuidar do consumo de água”, mencionou, ainda.

Considerada a maior escola da rede estadual em Bagé, o Carlos Kluwe tem 1 069 alunos. De acordo com a diretora da instituição, Glauce Coelho, a escola funciona em três turnos e os maiores são os da manhã e tarde. Questionada sobre como a escola está lidando com o racionamento, ela respondeu que há quatro caixas de água no local. “Estamos pensando em comprar outra caixa para ficar apenas para o funcionamento da cozinha, hoje estamos juntando água em tonéis para o uso do banheiro", relatou.

Conforme Glauce, a escola fornece merenda nos três turnos e decidiu que alimentos que consomem muita água, como feijão e macarrão, não devem ser preparados diariamente. “Nós pedimos para que os alunos tenham consciência de que não podemos desperdiçar água”, comentou.

Enquanto a reportagem estava conversando com a direção da escola, constatou que não havia água nas torneiras do banheiro e no bebedouro era apenas um filete de água.

A coordenadoria regional de Educação, Mariele Barbosa Rodrigues, disse que, até agora, não tem nenhuma determinação por parte da Secretaria Estadual de Educação para que as escolas comecem a dar aulas on-line pelo motivo da estiagem. “No momento, não temos essa orientação. Não quer dizer que não possa vir a acontecer em um segundo momento”, afirmou a coordenadora


Vômito e diarreia
Silvia Rossal Granato, proprietária de uma escola infantil, disse que, hoje, o espaço atende 60 crianças de 0 a 5 anos e 11 meses. Segundo ela, o racionamento está terrível, mas que até o momento não afetou o funcionamento da escolinha porque o local tem caixa de água. “Mas já ficamos dois dias sem uma gota de água e sem falar que, às vezes, a água vem escura”, salientou. Silvia disse acreditar que, em função da água, as crianças estão com uma virose - com vômitos e diarreia - e isso tem motivado a instituição a comprar água mineral duas vezes por semana.


Precaução e prudência
O secretário municipal de Educação e Formação Profissional, Omar Guilhano da Rosa Soares, informou que, até o momento, não existe a possibilidade das escolas funcionarem de forma remota. Segundo ele, no final do mês e no dia 15 de abril, acontecerá uma reunião da secretaria com o Departamento de Água, Arroios e Esgoto de Bagé (Daeb) para avaliar a situação e ver quais as possibilidades de chuva.

Soares disse que algumas escolas - onde a água demora a subir para a caixa de água - são atendidas pelo Daeb, que tem uma lista das instituições que enfrentam essa dificuldade.

Questionado sobre postagem da vereadora Beatriz Souza (PSB), em que ela alega que, em algumas escolas estava, faltando água e as crianças sendo liberadas, o secretário respondeu que, realmente, em um dia, as escolas Creusa Brito Giorgis, no bairro Ferronato, e Maria de Lourdes Molina, no bairro Morgado Rosa, ficaram sem água e os alunos foram liberados - mas reafirmou que isso foi uma única vez.

Sobre o vazamento de água em uma escola de educação infantil, Soares disse que a Secretaria de Educação tem três prioridades, que é vazamento de gás, problema na rede elétrica e vazamento de água. E que, diante de algum desses problemas, a diretora da escola tem que entrar em contato para que o problema seja solucionado.

Segundo o secretário, em relação às aulas de educação física, foi recomendado que os professores optem por aulas nas salas, com conteúdo teórico, e que está proibido lavar as escolas. Só é permitido limpar os banheiros e os refeitórios.

Anterior

"Robotchê" já está rumo aos Estados Unidos

Inscrições para palestra com Carpinejar são limitadas Próximo

Inscrições para palestra com Carpinejar são limitadas

Deixe seu comentário