Bioma
Sobreviventes do Pampa chega aos cinemas com forte mensagem sobre preservação

Divulgação imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Filme já foi bastante premiado em festivais
O documentário Sobreviventes do Pampa estreou nos cinemas de Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro nesta quinta-feira, 20. O longa, vencedor do prêmio de Melhor Longa Gaúcho no Festival de Cinema de Gramado 2023, foi filmado em 13 municípios da região, inclusive Bagé, e apresenta a realidade de pecuaristas familiares, assentados da reforma agrária, comunidades quilombolas e povos indígenas.
Histórico
O filme já foi exibido em importantes festivais internacionais, incluindo o 14º Festival Internacional de Cinema da Fronteira, o London Director Awards 2024 e o Rome Prisma Film Awards 2024. Além disso, está programado para participar do Ecocine, Xposure International Photography & Film Festival e outros eventos de cinema ambiental e de direitos humanos.
Dirigido por Rogério Rodrigues e com direção de fotografia de Lívia Pasqual, Sobreviventes do Pampa foi contemplado com o 1º lugar na Produção de Longa-metragem do Edital Sedac 05/2019 FAC Pro-Cultura RS, promovido pela Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul. O documentário permanece em cartaz até 26 de março.
Entrevista
A reportagem conversou, por e-mail, com o diretor do filme, Rogério Rodrigues, sobre como foi gravar na região e, é claro, sobre a produção como um todo. Rodrigues contextualizou que o documentário "Sobreviventes do Pampa" é um mosaico de entrevistas com sujeitos das mais diferentes identidades sociais que habitam o território, com o objetivo de apresentar a imensa biodiversidade do Bioma Pampa e a situação que se encontra.
"Para darmos este recorte, gravamos em 13 cidades do Pampa, incluindo Bagé. Na cidade de Bagé, ficamos apenas um dia, mas também estivemos em localidades do interior do município, como o distrito de Palmas, onde entrevistamos uma estudante universitária de uma comunidade remanescente quilombola e duas pecuaristas familiares da região do rio Camaquã", elucidou.
"Antes das gravações, dedicamos mais de um ano a um longo trabalho de pesquisa, coordenado pela produtora e roteirista Rose França. Este trabalho nos levou para diferentes localidades da Pampa profunda, envolvendo, além de Bagé, os municípios de Alegrete, Barra do Ribeiro, Dom Pedrito, Eldorado do Sul, Porto Alegre, Quaraí, Santa Maria, Sant'Ana do Livramento, São Borja, São Miguel das Missões, Tapes e Uruguaiana, todos dentro da área territorial do Bioma Pampa", acrescentou.
Segundo o diretor, o trabalho envolveu muitas conversas com entidades e pesquisadores, o que resultou na participação de sete renomados pesquisadores no projeto. Vale mencionar que o trabalho não envolveu muita gente por um motivo bastante interessante - a equipe técnica de campo foi composta por nove profissionais, incluindo o motorista da van em que o grupo viajou.
"Prezamos por uma equipe enxuta e de alta performance porque a proposta era de sermos o menos invasivos possível na vida e na rotina dessas pessoas, com a ideia de que nossa presença fosse uma visita para ouvi-los", justificou. "No entanto, incluindo a etapa de pré-produção, produção e pós-produção, este filme envolveu diretamente mais de 100 pessoas", explicou, sobre a grandiosidade do projeto.
Sinopse oficial
Quando a busca por sua origem o leva à Pampa profunda, o diretor do documentário descobre um bioma pouco conhecido, recentemente reconhecido e que apresenta mais da metade de sua área nativa destruída. Então, sua procura passa pela descoberta de um bioma singular e seus habitantes, num mosaico entre os povos originários, comunidades quilombolas, pecuaristas familiares, assentados da reforma agrária e empresários rurais, que o fazem compreender a urgência da preservação e o fortalecimento da consciência ambiental, essenciais para a nossa sobrevivência.
Rodado no interior de 13 municípios gaúchos, o longa-metragem documentário é protagonizado por pecuaristas familiares, assentados da reforma agrária, comunidades remanescentes de quilombolas e povos indígenas, formando um mosaico de diferentes identidades sociais, entre os povos e comunidades tradicionais do Pampa, apresentando a biodiversidade do bioma e o risco eminente da sua existência, devido a acelerada degradação do meio ambiente.
Deixe seu comentário