O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO) realizou nesta quarta-feira, 9 de julho, a Operação Interlocutor para combater o ingresso de celulares e drogas no Presídio Regional de Bagé (PRB). A ação identificou pelo menos quatro apenados como responsáveis pelo envio desses ilícitos, todos com penas somadas que ultrapassam 650 anos e considerados de alta periculosidade.  

Durante a operação, foram apreendidos grande quantidade de celulares, televisores com smartphones escondidos em seu interior e armas artesanais, conhecidas como estoques. Essa ação integra uma série de investigações que ocorreram recentemente, incluindo operações em presídios de Uruguaiana e Rosário do Sul.  

Segundo os promotores responsáveis, Rogério Meirelles Caldas e João Afonso Beltrame, a ofensiva utilizou mandados judiciais de busca e apreensão para retirar o máximo de objetos ilícitos das celas e coletar provas para identificar todos os envolvidos no esquema. O Ministério Público já possui provas contra quatro apenados, mas a investigação busca detalhar todo o funcionamento das irregularidades.  

Os números comprovam o problema: em 2024, foram apreendidos 192 celulares e registradas 19 tentativas de arremesso de objetos para dentro do presídio. Em 2025, apenas nos primeiros cinco meses, já foram apreendidos 232 telefones e flagradas 39 tentativas, superando os dados do ano anterior.  

A operação contou com o apoio da Brigada Militar, envolvendo cerca de 70 policiais militares e agentes do Grupo de Ações Especiais da Polícia Penal. O coordenador estadual do GAECO, promotor André Dal Molin, também participou da ação, que segue em andamento para ampliar a repressão a esses crimes.