A Prefeitura de Bagé obteve na Justiça uma liminar que autoriza o recebimento de R$ 1 milhão para a pavimentação da rua Monte Líbano, em frente à Escola Estadual Luiz Mércio. O recurso é fruto da Consulta Popular 2023-2024, na qual a proposta da comunidade escolar foi a mais votada da região. A conquista é resultado de uma mobilização conjunta entre moradores, direção da escola e o Executivo municipal.  

O diretor da escola, Eduardo Ruiz, destacou justamente esse esforço coletivo para alcançar o investimento, que representa uma antiga reivindicação da comunidade. Segundo ele, a falta de pavimentação prejudicava o acesso à escola, especialmente para alunos com deficiência. "Foram quase três mil votos, o que garantiu a destinação total do recurso. A pavimentação representa um sonho para a comunidade, melhora a acessibilidade e é a culminância de uma transformação maior que temos promovido na escola", argumentou.  

Mesmo com o projeto aprovado tecnicamente em 2024, o convênio não pôde ser formalizado inicialmente. Isso ocorreu devido à falta de habilitação do município no Sistema de Cadastro para Habilitação em Convênios do Estado (SisCHE), em razão do estouro do limite de gastos com pessoal. De acordo com a secretária de Gestão, Planejamento e Captação de Recursos, Júlia Reschke, a ausência da certidão do Tribunal de Contas impedia o andamento do processo.  

Após o indeferimento inicial da Justiça, a Procuradoria do Município recorreu, argumentando que a obra não se trata apenas de infraestrutura, mas também de uma medida de assistência social e de inclusão educacional. A Justiça acatou o pedido e concedeu liminar favorável, permitindo a liberação do recurso e o início dos trâmites para execução da obra.  

Além da pavimentação, o projeto contempla drenagem pluvial e sinalização da via. A expectativa é que a obra melhore o acesso não só à escola, mas também ao bairro Getúlio Vargas como um todo. O ex-aluno e morador Everton Garcia lembrou que, em 58 anos, a rua da frente da escola nunca havia recebido calçamento, enquanto as ruas vizinhas já haviam sido contempladas. “A comunidade hoje se sente privilegiada em ter a demanda atendida", afirmou.