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Comunidade
Palmas enfrenta constantes quedas de luz e impactos no cotidiano

Márcia Colares imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Palmas chegar a ficar mais de 10 dias sem energia elétrica
A região das Palmas enfrenta um problema recorrente que tem afetado diretamente o dia a dia de seus moradores: as constantes quedas de energia elétrica. Segundo relatos da líder comunitária Márcia Colares, o fornecimento de luz na localidade tem sido instável a ponto de algumas comunidades ficarem dias sem eletricidade.
“As faltas de luz continuam. Às vezes, começa a se preparar para chover e já falta luz”, relata Márcia. Ela menciona que algumas localidades chegaram a passar vários dias sem energia elétrica, comprometendo atividades essenciais para a população.
Além do impacto direto no conforto das famílias, a falta de energia tem gerado grandes dificuldades para o setor agropecuário da região. Márcia destaca que a insegurança no fornecimento de eletricidade compromete a conservação de vacinas para os animais, prejudicando a sanidade do rebanho.
“Se preciso vacinar os animais, normalmente não posso adquirir a vacina e guardar na propriedade, pois a qualquer momento falta luz e os medicamentos estragam”, explica. A solução tem sido aplicar todas as vacinas rapidamente após a compra, o que sobrecarrega os produtores rurais e dificulta a logística de manejo do gado.
O problema também atinge diretamente a saúde das pessoas. Muitos moradores precisam de medicamentos que exigem refrigeração, tornando-se reféns da instabilidade elétrica. “Essa situação está forçando as pessoas que dependem de medicamentos refrigerados a abandonarem o campo, o que vai contra todas as políticas públicas que visam evitar o êxodo rural”, alerta Márcia.
Outro fator preocupante para a comunidade é a dificuldade de acesso à educação. Segundo Márcia, a energia elétrica é essencial para garantir o funcionamento da internet, que na zona rural depende de tecnologia via satélite. “Para que um jovem possa ter acesso à educação e frequentar cursos técnicos ou graduações na zona rural, precisa de energia elétrica. Sem isso, toda uma cadeia de recursos se inviabiliza”, enfatiza.
Além das quedas de luz, a falta de cobertura de telefonia móvel agrava ainda mais a situação. Márcia relata que a única operadora que atende a região tem um serviço deficitário, com sinal fraco e intermitente. “Existem várias áreas sem cobertura e, quando há sinal, ele falha constantemente, tornando quase impossível fazer uma ligação ou utilizar os dados móveis”, explica.
A situação se torna ainda mais crítica com a iminente obrigatoriedade da emissão de Nota Fiscal Eletrônica, substituindo o tradicional talão do produtor. Sem energia elétrica e sem uma conexão confiável com a internet, os pecuaristas familiares veem-se diante de um grande desafio. “Emitir nota fiscal eletrônica sem luz, sem internet e sem sinal de telefone é uma missão impossível para os produtores rurais”, conclui Márcia.
Prejuízos e falta de assistência preocupam trabalhadores rurais
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bagé, Milton Brasil, classificou a situação como "lamentável" e criticou a assistência prestada pela CEEE Equatorial. Segundo ele, as constantes quedas de energia têm gerado prejuízos significativos para os produtores rurais. "É uma vergonha", definiu, ao mencionar que sabe de trabalhadores que perderam duas geladeiras na mesma semana por conta das oscilações na rede elétrica.
Brasil destacou que o problema afeta toda a região, causando preocupação e impactos financeiros. Ele citou a Coxilha do Aedo como uma das localidades mais prejudicadas e mencionou que diversas reuniões já foram realizadas na tentativa de encontrar uma solução. "A gente não vê um plano de assistência. Há muita demora e desconhecimento. Não há qualidade no serviço", criticou.
Além dos prejuízos materiais, o sindicalista ressaltou que muitos trabalhadores estão buscando alternativas para minimizar os impactos das quedas de energia. Uma das soluções tem sido o investimento em energia solar, mas ele alerta que essa opção ainda está fora do alcance de pequenos produtores. Trata-se de um custo muito alto, e muitos ainda não podem contar com essa alternativa.
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