Clima
Fenômeno La Niña vai durar até cinco meses

Niela Bittencourt - Semana tem sido de sol e temperaturas amenas na Campanha
A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) anunciou nessa quinta-feira (9) o retorno do fenômeno La Niña. De acordo com o informe, as condições estão presentes no Pacífico Tropical e devem se manter de dezembro de 2025 a fevereiro de 2026, com 55% de probabilidade, antes de uma transição para neutralidade no verão. Ou seja, diferente do longo episódio de 2020 a 2023, este evento deve ser curto e fraco, com duração estimada de três a cinco meses.
Segundo os dados da NOAA, a anomalia de temperatura da superfície do mar na região Niño 3.4 do Pacífico Equatorial Central-Leste está em -0,5ºC, indicando uma La Niña fraca, próxima do limite da neutralidade. O resfriamento se concentra no Pacífico Centro-Leste, configurando um evento mais centralizado e não abrangendo toda a faixa equatorial.
Vale mencionar que a MetSul Meteorologia considera o anúncio precoce, pois apenas três semanas apresentaram anomalias consistentes, e estas foram mínimas.
Contudo, aponta que a previsão é que os efeitos da La Niña comecem a ser sentidos ainda no último trimestre de 2025 no Brasil. Espera-se redução da chuva e déficit de precipitação em áreas do Sul, especialmente na metade Sul e Oeste do Rio Grande do Sul. Em síntese , o fenômeno pode gerar períodos prolongados de precipitação irregular, impactando a agricultura, com perda de produtividade em culturas como milho e soja.
Entenda
La Niña é caracterizada por temperaturas abaixo do normal na superfície do Pacífico equatorial central e oriental, contrastando com o El Niño. O fenômeno influencia padrões de vento, chuva e temperatura globalmente. Historicamente, no Brasil, causa estiagens no Sul e aumento de chuvas no Norte e Nordeste, além de favorecer a entrada de massas de ar frio e aumentar a probabilidade de ondas de calor e extremos de temperatura durante o verão na região sul.
Em escala global, a La Niña tende a reduzir ligeiramente o aquecimento planetário, embora a temperatura média atual permaneça elevada devido às mudanças climáticas recentes. Especialistas destacam que, mesmo com o fenômeno, podem ocorrer chuvas extremas, enchentes e inundações em diferentes regiões do país. A MetSul Meteorologia acompanha o fenômeno de perto e fornece previsões e alertas atualizados.
BOX EM DESTAQUE
Ciclone traz chuvas intensas
Um ciclone extratropical vai se formar no fim de semana próximo ao Rio da Prata, entre Buenos Aires e o Sul do Uruguai, e deve afetar o clima de diversas regiões. O fenômeno, que se intensificará no Atlântico a partir de segunda-feira, trará chuvas fortes, tempestades e ventos intensos, com impacto principalmente no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país.
No Rio Grande do Sul, a instabilidade começa já no sábado com chuva isolada, mas se intensifica no domingo, considerado de alto risco de tempo severo. A previsão indica temporais com possibilidade de granizo, vendavais e chuvas localmente intensas, podendo causar transtornos como queda de árvores, destelhamentos e interrupções de energia.
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