BAGÉ WEATHER

Júri

Réu diz que nunca teve a intenção de matar Maica

Priscila Petrecheli imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Réu diz que só se defendeu porque a vítima parecia estar armada

Aconteceu ontem o julgamento de Alex Sandro Vieira Lima, de 39 anos, natural de Bagé, que está preso no Presídio Regional de Bagé. De acordo com a denúncia do Ministério Público, Vieira é acusado de ter matado, no dia 17 de abril de 2024, Amilton José Maica da Silva. O crime aconteceu na localidade conhecida como Corredor das Tropas, no bairro Malafaia. O réu foi condenado a 12 anos em regime fechado, sem o direito de recorrer em liberdade.  

Na denúncia constava que a vítima estava acompanhada de uma mulher quando se encontrou com o acusado e os dois tiveram uma discussão. Foi quando Lima o atingiu com várias pedradas, o que resultou na morte de Maica.  

Única testemunha   

A única testemunha relatou, no seu depoimento, que conhecia Maica porque ele morava ao lado da sua casa, e que também conhecia o réu, porque ele às vezes fazia alguns serviços gerais para ela, como corte de grama e limpeza do pátio.   

De acordo com a testemunha, naquele dia, Amilton José Maica da Silva tinha colocado uma lona na sua casa. No final da tarde, a vítima estava em sua casa quando Alex Sandro Vieira Lima, conhecido como Macaco, foi até a frente da residência e, ao ver a vítima no local, atirou uma pedra, quebrando o vidro da porta, e foi embora.    

Ainda de acordo com a testemunha, à noite Maica foi até a sua casa e perguntou se ela podia comprar alguma bebida e cigarro para ele. Ela disse que foi nesse momento, em que ela e Maica estavam indo ao posto de gasolina, que encontraram Macaco, que já estava com pedras na mão. “Ele começou a atirar, e eu me meti no meio, e mandava ele parar com aquilo, mas ele seguiu arremessando as pedras. Aí eu olhei pra trás e vi que Maica estava caído. Eu comecei a gritar: ‘Olha o que tu fez, tu matou o cara!’. Ele parou de jogar pedra e foi embora”, relatou.   

A testemunha disse que pediu para uma vizinha chamar o SAMU e, quando a polícia chegou, contou quem tinha dado as pedradas. “Fui com eles até o barraco onde ele morava, perto da Rodoviária, e ele estava dormindo”, afirmou.  

Laudo apontou infarto   

Na sequência, foram ouvidos dois policiais civis, que falaram que, naquela noite, foram avisados pelo plantão da Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento de que, no bairro Malafaia, havia um homem caído na rua. “Fomos até o local e encontramos a vítima”, disse um dos agentes.   

Os policiais relataram que Maica não aparentava nenhuma lesão pelo corpo, e que a testemunha informou quem havia sido o autor. “Fomos até o barraco, ele estava embriagado e disse que tinha dado as pedradas, e ainda falou: ‘Não sei se matei, mas já tá feito’. Fizemos contato com o delegado, que determinou a prisão dele em flagrante. Soubemos depois que o laudo do Instituto Médico Legal apontou que a morte de Maica foi infarto”, afirmaram.   

"Se eu soubesse, jamais teria ido na casa"   

No seu depoimento, Alex Sandro Vieira Lima, conhecido por Macaco, disse que a testemunha mentiu em seu depoimento, e que ele estava na casa dela porque os dois tiveram um relacionamento, e ela o havia chamado. “Foi quando chegou a vítima e, como eu e Maica não nos dávamos, discutimos. Eu saí pra rua e atirei duas pedras, uma na testemunha e outra na casa”, afirmou.   

Perguntado se viu que tinha acertado a vítima, ele respondeu que não. “Eu jamais tive intenção de matar ele. Eu apenas me defendi porque ele veio na minha direção e parecia estar armado de faca. Se eu soubesse que ia acontecer essa tragédia, eu não teria ido na casa da vítima”, afirmou o réu.  

Na acusação, atuou a promotora Ângela Hackbart Conde, e, na defesa, o defensor público Marcus Vinícius Becker. Os trabalhos foram presididos pela juíza Naira Melkis Pereira Caminha.  

Feriadão de Páscoa terá policiamento reforçado nas estradas Anterior

Feriadão de Páscoa terá policiamento reforçado nas estradas

Brigada Militar prende homem por porte ilegal Próximo

Brigada Militar prende homem por porte ilegal

Deixe seu comentário