Trump, Lula e Bolsonaro: entenda o que é dito em cartas e pronunciamentos

A tensão entre Brasil e Estados Unidos começou em 9 de julho, quando Trump anunciou tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros. Isso é o que dizem os jornais. A crise teve início quando Trump começou a tarifar países como o Canadá e o México, para citar apenas dois. O Brasil havia ficado de fora na primeira etapa de tarifação. Isso, falando em impostos.
Mas o debate e os noticiários já abordavam o tema da crise quando o filho de Bolsonaro tirou licença do poder Legislativo e se mandou para os Estados Unidos. Apenas para detalhar os fatos que poderão ser usados na análise, pelo Supremo, da participação de Bolsonaro no possível envolvimento no movimento de 8 de janeiro.
O Correio Braziliense publicou ontem as “cartas” que Trump teria enviado a Lula. Leia: “Em carta a Lula, Trump anunciou tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros. As justificou por uma suposta ‘caça às bruxas’ contra Bolsonaro.”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou, em pronunciamento em rede nacional nesta quinta-feira (17/7), a ameaça tarifária de Donald Trump como “chantagem inaceitável”. Horas antes, o presidente dos Estados Unidos divulgou uma carta destinada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em que afirma que o julgamento do político do PL “deveria terminar imediatamente”.
A tensão entre Brasil e Estados Unidos começou em 9 de julho, quando Trump anunciou tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros e as justificou por uma suposta “caça às bruxas”. Bolsonaro será julgado no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado.
As tarifas aos produtos brasileiros foram anunciadas por Trump em uma carta endereçada ao presidente Lula. Na mensagem, o republicano criticou o STF, afirmando que a Corte “emitiu centenas de ordens secretas e ilegais de censura a plataformas de mídia social dos EUA” e alegou que as tarifas “são necessárias para corrigir os muitos anos das políticas tarifárias e não tarifárias e barreiras comerciais do Brasil, que causam esses déficits comerciais insustentáveis contra os Estados Unidos”.
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Sim, porque os trusts, junto com o imperialismo americano, foram manchetes por muitos anos no Brasil, que acabou entrando em uma ditadura. Portanto, as desavenças entre Brasil e Estados Unidos já vêm de longa data.
Na quinta-feira (17/7), o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, havia sinalizado que a entrada em vigor da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, prevista para 1º de agosto, poderia ser adiada, indicando abertura do governo norte-americano para negociar com o Brasil. No entanto, tendo em vista a carta de Trump manifestando apoio a Bolsonaro novamente, a situação parece incerta.
Nesta semana, os Estados Unidos iniciaram uma investigação interna contra práticas comerciais do Brasil que consideram supostamente “desleais”. Entre elas, o Pix. Lula defendeu o sistema de pagamentos instantâneos. Além disso, o governo federal iniciou uma campanha nas redes sociais com o lema: “Soberania nacional”.
A guerra estava estabelecida — tanto é verdade que, por determinação de Alexandre de Moraes, a Polícia Federal foi à casa de Bolsonaro e recolheu alguns objetos, condenando o ex-presidente ao uso de “ferramenta eletrônica” e proibindo-o de usar redes sociais.
“A primeira vítima de um mundo sem regras é a verdade. São falsas as alegações sobre práticas comerciais desleais brasileiras. O Pix é do Brasil. Não aceitaremos ataques ao Pix, que é um patrimônio do nosso povo. Temos um dos sistemas de pagamento mais avançados do mundo, e vamos protegê-lo”, pontuou Lula.
Em pronunciamento veiculado em rede nacional nesta quinta-feira (17/7), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que as tarifas de 50% impostas ao Brasil pelos Estados Unidos, divulgadas por meio de carta de Donald Trump nas redes sociais, são inaceitáveis e que políticos brasileiros que as apoiam são “traidores da pátria”.
Segundo Lula, o país “sempre esteve aberto ao diálogo”, por meio de proposta de negociação enviada aos EUA no último 16 de maio e mais de dez reuniões realizadas. Apesar disso, em vez de resposta, o governo brasileiro recebeu “chantagem inaceitável em forma de ameaça às instituições brasileiras”, com informações falsas acerca do comércio com os Estados Unidos.
O presidente também reforçou que “tentar interferir na Justiça brasileira é um grave atentado à soberania”, no que diz respeito aos pronunciamentos de Trump acerca do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que investiga, entre outros possíveis responsáveis por tentativa de golpe de Estado em 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Voltei
A crise pode amenizar com negociação. Então, quem tem água em casa, ofereça para apagar o fogo. Combustível muitos estão usando — o que acaba aumentando a tensão.
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