O acordo construído pelas bancadas de oposição com os demais líderes partidários resultou na suspensão da sessão extraordinária que estava prevista para esta sexta-feira, 19/7, para votar os três projetos de autoria do governo Eduardo Leite que alteram as carreiras de mais de 100 mil servidores públicos. As bancadas do PT, PCdoB e PSOL defendem que os projetos que alteram as carreiras dos servidores públicos sejam discutidos com calma e votados em agosto.
O objetivo do pedido de adiamento da votação, feito pelas bancadas do PT, PCdoB e PSOL, é assegurar que todas as categorias sejam ouvidas e valorizadas e a população possa ter um serviço com mais qualidade. “Essa decisão atende a uma reivindicação das bancadas do PT, PCdoB e PSOL para que nós possamos conhecer e melhorar estes projetos, sempre na direção de qualificar e valorizar os servidores públicos e oferecer um serviço público de qualidade à população”, disse o líder da bancada do PT, deputado Miguel Rossetto.
Para o parlamentar, os projetos do governo são muito complexos, pois mexem em 157 leis, em mais de 400 páginas, envolvendo e alterando a carreira e a vida de mais de 100 mil servidores públicos. “Esse é um tema que exige dedicação, cuidado e muita responsabilidade, por isso nós vamos aproveitar esses próximos dias para ampliar o diálogo com a representação dos servidores e qualificarmos este projeto. Os servidores do Estado precisam ser respeitados e valorizados porque a população tem direito a um qualificado serviço público”.
A deputada estadual Adriana Lara (PL), disse que assinou junto com outros deputados o pedido de prorrogação, porque várias categorias a procuraram assim como a outros parlamentares – porque não e sentiram incluídos nesses projetos. De acordo com Adriana, o prazo de 48 horas para analisar 376 páginas de projetos que vão modificar 152 leis é impossível discutir. “Ou seja, se nós votássemos hoje (sexta-feira) como estava programa sem tem o conhecimento geral e sem conversar com as categorias, associações e sindicatos, ia ser muito ruim, um pouco precipitado”, disse.
Além disso, segundo a deputada, mais de 100 entidades pediram que os deputados analisassem melhor os projetos e ver se esse era o momento – já que o Rio Grande do Sul está passando por uma crise tão profunda financeira de reconstrução do Estado.
Mobilização
Mobilizados desde que os projetos deram entrada na Assembleia Legislativa, os deputados estaduais Rodrigo Lorenzoni (PL) e Felipe Camozzato (Novo), com apoio de parlamentares de outras bancadas, haviam protocolado na quinta-feira, 18/7, à tarde um ofício ao presidente Adolfo Brito, pedindo o adiamento da votação.
Para Lorenzoni, 48 horas para discutir um projeto com 378 páginas que tratava de temas importantes e outros nem tão urgentes para o Rio Grande do Sul era um absurdo.