Sindicalista diz que Plano de Demissão Voluntária é muito complexo

Nesta semana, a Eletrobrás anunciou o início do Plano de Demissão Voluntária –  esse é o segundo PDV desde a capitalização da empresa (o primeiro era dedicado aos aposentáveis da companhia). O Plano de Demissão Voluntaria, este ano, será implantado nas empresas Eletrobrás com previsão de saída de até 1 574 colaboradores, e faz parte dos compromissos previstas no Acordo Coletivo de Trabalho. 

 

A reportagem conversou com a diretora estadual do Sindicato dos Eletricitários do Rio Grande do Sul (Sinergesul). Segundo Maria Cristina Silva da Silva,   o sindicato não pode aconselhar ninguém a pedir o PDV. “Não podemos dizer se vai ser bom ou ruim. Isso depende de cada caso, porque a nossa empresa está em um período complicado. Nós estamos com um provável pronunciamento de fechamento”, contextualizou.  

 

“Nós somos uma empresa privada desde junho de 2022 e o atual presidente da Eletrobrás tinha a intenção de vender ou fechar, porque ele deseja trabalhar apenas na Eletrobrás, com energias renováveis, e não está nos dando um tempo de uma transição energética justa, amparando aquele tripé da sustentabilidade, onde o social, ambiental e o econômico andem juntos”, pontuou. 

 

“O que nós dizemos a respeito desse novo Plano de Demissão Voluntaria é que, se todos os concursados que ainda restam na empresa, que somam 200, aderirem ao PDV, isso vai resultar em uma precarização. Se todos saírem será uma situação muito complicada”, argumentou a sindicalista. “Com o anúncio do fechamento, que ele pretende fazer no dia 12 do mês que vem, na Bolsa de Valores de São Paulo, está sendo um terrorismo. Hoje, estamos com uma incerteza muito grande. É um horizonte sem luz. Não tem o que esperar”, disse, ainda, a sindicalista.   

 

“Nós estamos pedindo que nos dê essa chance de uma transição energética justa, que o ambiental e social andem juntos, porque não é só Candiota,  também vai ter impacto no desenvolvimento de todas as cidades da região”, sustentou, ao exemplificar que, hoje, vão em torno de 50 ônibus por dia para Candiota, o que equivale a duas mil pessoas.  

 

“Quantas pessoas envolvidas! Tem o comércio, lojas, mercados, aluguéis – esse será o impacto financeiro”,  afirmou Maria Cristina. “Além de que a nossa empresa gera energia e também gera cinza, e a cinza é matéria prima para a produção de cimento. O fechamento da usina vai impactar também na construção civil, por isso esse assunto é muito complexo, tanto o PDV quanto o fechamento da usina”, finalizou.