O inverno chegou e, com ele, o prognóstico de chuvas expressivas, muito em decorrência do fenômeno El Niño. Acontece que, atualmente, a população bageense ainda enfrenta um racionamento de 15 horas. É claro que a situação já foi mais grave, com 18 horas de desabastecimento. Mas não há, neste momento, previsão de qualquer alteração. Aliás, conforme a Comunicação do Departamento de Água, Arroios e Esgoto de Bagé, “o Daeb só vai alterar o cenário de racionamento, ou seja, reduzir, quando a Sanga Rasa recuperar 50% da sua capacidade”.
A Saga Rasa é o principal reservatório da cidade e está com um déficit hídrico que ainda preocupa. Conforme os dados compartilhados pela autarquia, a barragem estava, nessa quinta-feira, 8,5 metros aquém da normalidade. Já a barragem Piray estava 4,35 metros abaixo de sua capacidade total. Por outro lado, a Emergencial estava cheia.
Vale fazer um comparativo: no dia 9 de maio, o racionamento passou de 18 para 15 horas; e um dia antes da mudança, a Sanga Rasa apresentava um déficit hídrico de 7,6 metros, enquanto a Piray estava 4,1 metros negativos – nessa ocasião, elas haviam recuperado 2,5 metros. Há quase um mês, no dia 19 de maio, a situação era parecida: Sanga Rasa estava 7,8 metros aquém da normalidade e Piray apresentava 4,1 metros negativos.
De lá para cá, além do consumo, nessa conta também é preciso considerar a precipitação, cujo acumulado do mês de junho, que se encaminha para o final, está bem longe da média histórica. Conforme o Daeb, até essa quinta-feira, o acumulado de chuvas do mês de junho foi de 31,8 milímetros. Acontece que a média histórica do período é bem mais expressiva: 103 milímetros de precipitação. Em maio, a redução das horas de racionamento só ocorreu após um acumulado de 186,4 milímetros (tal acumulado ocorreu nos oito primeiros dias de maio).