Médico fala sobre atual contexto e nova variante do coronavírus

A variante BA.5 da Ômicron tem se alastrado rapidamente pelo mundo. E chama atenção o fato de que novos sintomas são relatados: suores noturnos são os principais. A reportagem conversou com o médico Ricardo Necchi, que também é secretário-adjunto de Saúde, sobre se o surgimento de tal variante do coronavírus preocupa diante de uma fase da pandemia que em nada lembra o primeiro ano.

Ele contextualizou que, atualmente, os pacientes que internam não necessariamente são hospitalizados por causa da covid-19. Na verdade, por vezes a doença é um “achado casual” diante de complicações de uma doença crônica. O médico destacou que a covid-19 ficará entre nós por muito tempo, se tornará endêmica. Para ele, pessoas vacinadas, que já adoeceram, em breve “não pegarão mais”, porque o vírus não encontrará mais um terreno fértil, como foi no começo.

E aqueles que se contaminarem, ponderou o médico, apresentarão sintomas leves, como ocorre com viroses comuns, por exemplo. Aliás, ele mencionou que, atualmente, a taxa de mortalidade da covid-19 é bastante similar a decorrentes de viroses respiratórias. O profissional enfatizou que a imensa maioria daqueles que positivam para a doença evoluem bem. Mas ele ressalvou a importância de terminar a vacinação, ou seja, completar as doses indicadas: as três mais o reforço. “Quem não tem as três doses, que não completou o esquema, está exposto”, enfatizou.

Mutações do vírus haverão e já ocorrem com o da Influenza, por exemplo. Isso porque o vírus tenta “driblar” os anticorpos. “Não estou mais vendo com tanta preocupação”, avaliou, ao ponderar que o surgimento de novas variantes são previsíveis. Contudo, ele reiterou a necessidade de completar a imunização da população para que a doença, se houver a contaminação pelo vírus, não seja grave. Ele lembrou que nem de longe a atual situação lembra a do começo, e mencionou que em mais de 40 anos de profissão nunca havia visto uma doença com tamanha gravidade.

Números de casos

Nessa quarta-feira, foram realizados 303 testes de covid-19, e um total de 92 positivaram para a doença. Atualmente, 1 357 pessoas permanecem em isolamento domiciliar; além disso, quanto estão internadas nos hospitais de Bagé – dois pacientes são de municípios vizinhos. Nenhuma pessoa está internada na UTI da Santa Casa de Caridade.