O governador Eduardo Leite (PSDB) e o vice-governador Gabriel Souza (MDB) lideraram a segunda reunião do Conselho do Plano Rio Grande, realizada no Palácio Piratini. O encontro reuniu mais de 80 conselheiros, incluindo representantes da sociedade civil, entidades e poderes, em um esforço conjunto para discutir a reconstrução e o desenvolvimento do Rio Grande do Sul, que já recebeu investimentos superiores a R$ 5 bilhões em iniciativas estruturantes.
Durante a reunião, o secretário da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi, o coronel Luciano Chaves Boeira, chefe da Casa Militar e coordenador de Defesa Civil, e Joel Goldenfum, secretário-executivo do Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática, detalharam os avanços de projetos prioritários. Esses projetos têm como objetivo reverter os danos causados pelas enchentes de maio de 2024, além de preparar o Estado para futuros desafios climáticos. Entre os presentes, esteve o ex-governador e senador Pedro Simon, prestigiando o evento.
A reunião marcou a continuidade de um processo iniciado em agosto de 2024, 100 dias após uma severa tragédia climática. Eduardo Leite destacou que o Conselho é essencial para assegurar transparência e confiança. “O Plano Rio Grande vai além de um governo; é um pacto com o futuro. Queremos que a sociedade se aproprie desse plano, fiscalize resultados e acompanhe sua execução. Estamos trabalhando para transformar superação em resiliência”, afirmou o governador.
Principais avanços e dados apresentados
Gabriel Souza, vice-governador e presidente do Conselho, abriu o evento apresentando um panorama das ações em curso. Até o momento, 162 demandas de reconstrução foram encaminhadas: 46 já concluídas, 31 em execução e 85 em fase de direcionamento. Desde a criação do Conselho, 18 reuniões temáticas mobilizaram 579 lideranças de mais de 300 entidades, com investimentos aplicados em habitação, dragagem, auxílio financeiro a famílias, e infraestrutura rodoviária.
Joel Goldenfum destacou o trabalho inovador do Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática, que em 2024 realizou mais de 100 atividades para mitigar os impactos das mudanças climáticas. “Nossa meta é ampliar o impacto dessas ações e tornar o Rio Grande do Sul uma referência nacional em resiliência climática”, afirmou Goldenfum.
Capeluppi, por sua vez, apresentou o cronograma de projetos estruturantes, como o sistema de contenção de cheias em Eldorado do Sul e o projeto do Arroio Feijó, cuja licitação está prevista para o primeiro semestre de 2025. “Queremos que o Plano Rio Grande seja reconhecido como um modelo de sucesso em resiliência e desenvolvimento sustentável”, declarou.
Gestão de riscos e fortalecimento da Defesa Civil
O coronel Luciano Chaves Boeira atualizou os avanços do Programa Estadual de Gestão Integrada de Riscos e Desastres. Com foco em infraestrutura, política pública e ampliação do corpo técnico, o programa já criou 102 novas vagas na Defesa Civil, 68 das quais foram preenchidas por militares. Boeira destacou o início de projetos como centros de monitoramento, redes de radares e estações hidrometeorológicas, com entregas previstas ainda para 2025.
Participação da sociedade civil
Ao final do encontro, conselheiros como Manoela Costa Moschem, da Associação de Parques da Serra, e Andréa Hamilton Ilha, do Conselho de Arquitetura e Urbanismo, contribuíram com sugestões para fortalecer o turismo e a infraestrutura urbana. Além disso, a Universidade Federal de Pelotas propôs a criação de um geoparque para proteger os recursos naturais do sul do Estado.
O Conselho do Plano Rio Grande prevê novos encontros em 2025, com a inclusão de protocolos de emergência, debates temáticos e dois grandes eventos que reafirmem o compromisso de construir um Rio Grande do Sul mais resiliente e preparado para o futuro.