A data de 18 de maio assinala o Dia Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. A Secretaria Municipal de Habitação, Assistência Social e Direito do Idoso (Smasi) está programando uma série de atividades alusivas a data.
De acordo com a coordenadora da Proteção Especial de Média e Alta Complexidade da Smasi, Letícia Guasque, no dia 9 de maio irão acontecer palestras nas principais escolas do município e nos Centros de Referências Assistência Social (CRAS).
Letícia informou que no dia 16 vai acontecer uma carreata e no dia 17 uma audiência pública no Palacete Pedro Osório com a presença de integrantes da Promotoria da Infância e Adolescentes e delegados de polícia. “Já no dia 18, vamos finalizar com o grupo de teatro Xebebéu, que irá fazer duas apresentações, entre manhã e tarde, para as crianças”, disse.
Segundo a coordenadora, as atividades não serão apenas na semana que antecede o dia 18, mas durante todo o mês, que será de conscientização, tanto nas escolas como com a população em geral.
Abuso sexual
Letícia contou que os números de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes teve um aumento no pós-pandemia, e que os CRAS já atendem essas vítimas. “O nosso maior número é de crianças que foram abusadas sexualmente”, sublinhou.
O CRAS recebe casos encaminhados pelo Judiciário e faz o acompanhamento das crianças vítimas. Entre os atendidos estão crianças com idades entre 0 a 12 anos – vítimas de abuso sexual. Assim como adolescentes de 13 a 17 anos.
A coordenadora do Conselho Tutelar, Viviane Gonçalves, disse que o cenário já era grave e que, com a pandemia, os números de violações dos direitos da criança e do adolescente crescem diariamente. Segundo ela, está ocorrendo abandono de incapaz, abandono intelectual, conflitos familiares – onde o menor convive com pessoas que consomem álcool ou drogas e acabam sofrendo violências físicas, psicológicas e sexuais.
Viviane relatou que, no ano passado, o Conselho Tutelar efetuou 35 registros referentes a casos de abusos sexuais contra crianças e adolescentes. E que até o dia 15 de abril deste ano o conselho já atendeu 14 casos .
Ao ser questionada sobre quais as regiões de Bagé onde há os maiores índices de abusos, a conselheira respondeu que são as zonas Leste e Sul da cidade, e que a maioria das vítimas são crianças de 6 a 14 anos. Viviane comentou que a violência sexual ocorre tanto em âmbito familiar como fora. “É de extrema importância que a sociedade se envolva em casos de qualquer suspeita de violação de direitos e denunciem para os órgãos competentes”, fez o apelo.
Como denunciar
Segundo Viviane, as denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo Disque 100, nas Delegacias de Atendimento Especializado à Mulher (DEAM) ou no Conselho Tutelar. Isso pelos telefones 3242 2500 ou 9 9971 5494.