Segundo a Fecomércio, o volume de vendas de Natal deve apresentar redução pelo segundo ano consecutivo. Tal expectativa foi apontada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo: acontece que mesmo que haja perspectiva de um crescimento de 9,8% nas vendas, em relação a 2020, o desconto da inflação leva a um ajuste na comparação que indica queda de 2,6%.
Ainda de com a Fecomércio, a situação econômica do país é o empecilho. Por outro lado, a entidade projeta que os supermercados serão destaque em movimentação financeira no período, representando 38,5% do volume total de vendas. Em seguida, devem aparecer estabelecimentos especializados na comercialização de roupas, calçados e acessórios (35,3% do total) e as lojas de artigos de uso pessoal e doméstico (13,2%).
Busca por condições
Em uma loja especializada em brinquedos, no centro da cidade, a gerente Rita Oliveira garante que já há movimentação em busca dos presentes. Muitos consumidores aparecem com listas de compras e a expectativa é de que a procura será intensificada sobretudo após o dia 20, quando ocorre o pagamento do 13° salário.
A profissional admite que muitos buscam por preços, que isso é uma constante, mas que a maioria está mesmo interessada em condições de pagamento, em facilidades, em prazos. As negociações entre consumidores e lojas têm sido focadas nisso.
Já em uma loja de confecções e calçados, também localizada no centro, a vendedora Eva Collares reitera a fala de Rita: os consumidores têm buscado por condições de pagamento. Para ela, isso se deve a crise e a ideia é parcelar as comprar no maior número de vezes possível. No local, como estratégia para atrair os consumidores neste início da última quinzena do mês, há promoções.
A loja de confecções e calçados oferece produtos com 60% de desconto e a possibilidade de parcelar em até oito vezes. Eva garante que o movimento está bem grande e que há expectativa de que isso se intensifique ainda mais a partir do dia 20 de dezembro. “Mas já estão procurando e aproveitando bastante”, enfatiza.
Presentes mais caros
A cesta com típicos produtos natalinos, no ano passado, teve um reajuste médio de 15%. Este ano, os valores medidos por meio do Índice de Preços ao Consumidor Amplo tendem a apresentar avanço médio de 13,4%. A única exceção, segundo a Fecomércio, é o bacalhau, com queda de 2,6%.
Presentear também deve ficar mais caro. Artigos de maquiagem estão 16,4% mais caros; aparelhos de TV, som e informática, além de joias e bijuterias, 15% mais altos; e artigos de cama, mesa e banho, 13,7%. Apenas os aparelhos telefônicos estarão mais baratos do que no ano passado, com queda de preços de 1,4%.
Mas e os brinquedos, os preferidos da criançada? Rita comentou que houve sim um reajuste, que os brinquedos estão, de fato, com os preços mais altos. Isso já é possível perceber desde o ano passado. Acontece que o setor foi fortemente impactado pela falta de insumos – sobretudo pela escassez de plástico e papelão. Questionada sobre tendências, ela revelou que é bastante variado o interesse e que muda conforme a idade, mas que clássicos como Barbie e Hot Wheels são bastante procurados.
Horários especiais
Até o dia 17 de dezembro, os estabelecimentos deverão abrir normalmente pela manhã e atender a partir das 14h no turno da tarde. A jornada deve seguir até as 20h. Tal horário foi sugerido pelo Sindicato do Comércio Varejista, o Sindilojas.
No final de semana que antecede o Natal, há sugestão de que haja mais tempo de atendimento aos clientes: no sábado, 18, as lojas devem abrir normalmente e, à tarde, retomar o atendimento às 15h. Porém, os estabelecimentos devem permanecer abertos até as 21h – uma hora a mais que nos dois finais de semana anteriores.
No domingo, 19, a sugestão é de que o atendimento ao público ocorra das 15h às 21h. De 20 a 23 de dezembro, também há uma hora a mais para as compras. O atendimento pela manhã segue normal, é retomado às 14h e se estende até as 21h.
Na sexta-feira, 24, véspera de Natal a sugestão da entidade é de que o atendimento ocorra mais uma vez normal pela manhã, seja retomado às 14h, mas siga apenas até as 20h. Vale lembrar que, no Natal, não é permitida a abertura do comércio.