A estiagem que atinge a região da Campanha já pode ser percebida na mesa dos consumidores. O clima começa a impactar as olericulturas e algumas começaram a escassear.
A reportagem percorreu algumas bancas da feira livre, que funciona nas terças e sextas-feiras, no Calçadão, para saber como está a situação dos produtos que são vendidos no local.
A feirante Gleicemara Dias Goulart contou que trabalha há 19 anos na feira livre e que todos os produtos que comercializa na banca são produzidos na sua chácara, localizada no Passo do Perez. Ela lamentou que a estiagem está prejudicando a plantação. Gleicemara disse que o açude da sua propriedade está secando. “Em breve teremos prejuízos”, falou. Segundo a feirante, a alface é a mais atingida porque precisa de muita água, além da couve manteiga. “Com a escassez de produtos, acaba que somos obrigados a aumentar os preços. Aqui na minha banca o pé de alface está R$ 3”, salientou.
Tamires Fernandes relatou que trabalhou alguns anos como feirante. Mas, pelo fato de não cultivar as olericolas, compra de um produtor para revender na feira livre. “Estamos com falta de alface e couve”, contou.
Sistema de irrigação
Um dos agricultores mais antigos de Bagé e com mais de 30 anos trabalhando na feira livre, Minoro Kanomuri cultiva a alface e a couve que ele vende. Diferente dos demais, o feirante não enfrenta problemas com a estiagem. ” Eu fiz na minha propriedade um sistema de irrigação onde puxo água de um açude e quando o açude está com pouca agua eu utilizo um poço artesiano então não enfrento esse problema e o que sobra aqui eu não levo pra casa, eu dou tudo para a Fundação Geriátrica José e Auta Gomes”, contou.
Andreia Lemos falou que trabalha como feirante há mais de 20 anos e cultiva os produtos em sua propriedade, no bairro Higienópolis. Segundo ela, já está faltando alface, couve e mostarda. “Com a falta dos produtos, temos que repassar um pequeno aumento para o cliente que entende a situação que estamos passando e não reclamam dos preços”, mencionou.
A reportagem percorreu algumas bancas, onde constatou o livre mercado – onde o preço da alface pode variar entre R$ 2, R$ 2,50 e R$ 3.