As exportações do Rio Grande do Sul alcançaram 4,7 bilhões de dólares no primeiro trimestre de 2025, representando um crescimento de 10,9% em comparação com o mesmo período de 2024. O valor é o terceiro maior da série histórica iniciada em 1997, conforme divulgado pelo Departamento de Economia e Estatística da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão. Enquanto o Brasil registrou queda média de 5,1% nas exportações estaduais, o RS avançou em desempenho, subindo sua participação relativa de 5,5% para 6,5% no total nacional.
Os principais produtos exportados foram fumo não manufaturado, cereais, carne de frango, farelo de soja, celulose e soja em grão. Destaque para o crescimento expressivo das exportações de soja em grão (alta de 74,5%), cereais e celulose. Em contrapartida, produtos como farelo de soja, madeiras em bruto e colheitadeiras tiveram quedas nas vendas ao exterior. A China permanece como o principal destino das exportações gaúchas, seguida por União Europeia, Estados Unidos e Argentina.
Ao todo, o Estado exportou para 188 países no período. Um dos destaques foi o Vietnã, que subiu para a sexta posição entre os principais compradores de produtos do RS, resultado da missão oficial do governo brasileiro que firmou mais de 80 acordos comerciais com Japão e Vietnã. A expectativa é que esses acordos ampliem ainda mais o mercado para carnes e outros produtos gaúchos.
No entanto, o cenário internacional traz desafios. A possível desvalorização cambial na Argentina pode afetar setores como calçados, automóveis e colheitadeiras. Já nos Estados Unidos, as novas tarifas de importação anunciadas pelo presidente Donald Trump — incluindo um imposto de 10% sobre produtos brasileiros — podem comprometer parte das exportações.
Apesar disso, o boletim aponta oportunidades. A competitividade do RS pode aumentar em mercados onde outros países enfrentarem tarifas mais altas. Além disso, é possível um aumento das vendas para a China em setores concorrentes com os EUA e uma valorização das commodities exportadas pelo Estado. O contexto, embora desafiador, abre caminho para readequações estratégicas no comércio exterior gaúcho.