É crescente o número de estelionatários que clonam perfis nas redes sociais para aplicar golpes. Atualmente, esses criminosos estão roubando as contas de usuários. Após hackear a conta, eles começam a aplicar os golpes e, a grande maioria, é para pedir dinheiro como se a pessoa estivesse precisando ou até mesmo colocando à venda algum tipo de objeto. Recentemente, duas pessoas bastante conhecidas em Bagé tiveram as suas contas do Facebook e Instagram hackeadas. Uma das vítimas é a influencer digital Marcelle Ceolin e a outra é a psicóloga e colunista do Folha do Sul, Dilce Helena dos Santos.
Para a reportagem, Dilce relatou que descobriu que a sua conta no Facebook havia sido clonada em dezembro do ano passado, quando foi tentar acessá-la e havia uma mensagem estranha, que afirmava que o seu tempo havia expirado. Isso a impedia de acessar a conta. “Achei estranho, mas, como eu estava trabalhando, não dei a devida importância”, disse.
Na mesma data, à noite, a profissional começou a receber mensagens no Instagram que pediam informações sobre um sofá e uma geladeira. Foi aí que amigos informaram que, em seu perfil, habia postagem nos stories informando sobre doações de um sofá e uma geladeira. As pessoas entravam em contato e eram informadas que era para tratar através do Messenger do Facebook, e que seria uma doação, mas que era necessário pagar pelo transporte da mercadoria. Era informado o preço do transporte e a chave Pix, para que o pagamento fosse efetuado.
Dilce disse que algumas pessoas pagaram e descobriram que se tratava de um golpe. “No outro dia, fui na polícia e fiz um boletim de ocorrência, onde foi informado como proceder. Entrei em contato com pessoas que entendem de segurança da informação, mas não descobrimos como foi que entraram em contato. Aparentemente, descobriram a minha senha”, relatou.
A psicóloga está em contato com o Facebook e, até agora, segundo ela, a rede não fiz absolutamente nada. “Essa conta está de posse dos estelionatários. Eles mudaram o e-mail de acesso e mudaram o celular. Estou nas mãos do Facebook para fazer alguma coisa. Eles (do Facebook) estão investigando o meu pedido. Ao invés de investigarem o que realmente aconteceu, estão investigando para ver se o meu pedido procede”, pontuou.
Dilce falou que está sempre avisando seus contatos que sua conta foi hackeada. Ela mencionou que ficou sabendo de pessoas que caíram no mesmo golpe. A profissional disse se sentir péssima em relação a essa situação. Destacou que é uma pessoa bastante consciente nas redes sociais e acrescentou que jamais se envolveu em alguma situação que pudesse constranger ou prejudicar alguém. “Eu tenho um cuidado enorme com a minha imagem, cuidado com o tipo de conteúdo que eu coloco, tanto no Instagran como no Facebook. Eu procuro ter uma postura adequada e jamais ferir quem quer que seja. Isso muito me desagrada porque o meu perfil, as minhas fotos, a minha conta, estão sendo utilizados por estelionatários para prejudicar pessoas”, desabafou.
Digital infuencer
A jornalista e influencer digital Marcelle Ceolin contou que, em dezembro do ano passado, estelionatários conseguiram acessar todas as suas redes sociais. De acordo com a profissional, a linha da operadora caiu e, quando voltou, ela não conseguiu mais acessar as redes sociais. Pelo Instagram, os golpistas estavam ludibriando as pessoas com o golpe do Pix, e, no facebook, estão oferecendo venda de móveis.
Marcelle registrou boletim de ocorrência na delegacia porque os criminosos estavam usando seu nome. “Eu contratei uma empresa especializada em Porto Alegre, paguei caro pelo serviço, mas a conta do Instagram eu consegui recuperar. Eu tenho pena, porque, infelizmente, ainda tem pessoas que caem nesses golpes. É o meu nome que está em jogo”, lamentou.
O que fazer
O delegado Guilherme Fagundes Nunes, titular da 1ª Delegacia da Polícia Civil, explicou que a pessoa que teve as suas redes sociais hackeadas deve registrar um boletim de ocorrência para se resguardar. Também deve acionar diretamente a ouvidoria da rede social que está sendo usado por estelionatários e informar o que aconteceu. De acordo com o delegado, a polícia vai tentar apurar a autoria mediante autorização judicial de quebra de dados cadastrais do invasor do perfil.