A candidatura do escritor Luiz Coronel à cadeira 39 da Academia Brasileira de Letras mobilizou a comunidade. Foram várias as moções de apoio a um dos bageenses mais ilustres. A eleição que definiu o sucessor de Marco Maciel, que antes ocupava a cadeira, ocorreu ontem à tarde. O escolhido foi o advogado e romancista José Paulo Cavalcanti, natural de Recife, que recebeu 21 dos 34 votos.
Cavalcanti, segundo divulgação da ABL, tem 18 títulos escritos. Também é um conhecedor profundo da obra do escritor português Fernando Pessoa. Já conquistou o primeiro lugar na Bienal do Livro e no Prêmio Jabuti. Vale, porém, destacar a grandeza do candidato Luiz Coronel, que tem uma vasta obra. São mais de 70 publicações e títulos como o de Cidadão Emérito de Porto Alegre e de Piratini. Também foi Patrono da 58ª Feira do Livro de Porto Alegre, em 2012, e recebeu as medalhas de Mérito Farroupilha (2009) e da Cidade de Porto Alegre (2010). Nesta semana, aliás, se tornou embaixador dos vinhos da Campanha.
Candidatura gerou mobilização
Muitos bageenses se manifestaram de forma bastante entusiasmada diante da candidatura de Luiz Coronel. O escritor chegou a afirmar que, por ser um homem de pensamento e ação, vislumbrava que, uma vez ingresso na Academia, poderia ser, junto aos meus pares, um proponente e viabilizador de obras “que bem atestem a alma acesa e lúcida da nobre casa”.
Moções de apoio foram apresentadas, entre elas a assinada pelo prefeito de Bagé, Divaldo Lara, que enalteceu: “Sua literatura infantil e seu legado musical enriquecem a nossa cultura”. E sustentou que Bagé se sentiria honrada com a presença do “ilustre filho” na composição da mais alta corte literária do país.
Nomes como Olívio Dutra, Miguel Rossetto, José Ivo Sartori, Germano Rigotto, Renato Borghetti e Fafá de Belém também assinaram moções de apoio ao escritor. Rigotto definiu Coronel como uma das melhores mentes pensantes. “Um escritor em cuja obra nossa terra se reflete de forma moderna, sensível e cativante”. O ex-vice-governador, Miguel Rossetto, afirmou: “Ele carrega em seu trabalho literário o dom da surpresa e do encantamento”. Dutra, por sua vez, garantiu que a obra de Coronel tem leveza, criatividade e profunda identidade. “É uma pessoa de relacionamento afável, responsável e acolhedora nos seus silêncios”, acrescentou.