Corpo permanece soterrado em cerca de 50 mil toneladas de soja

Passado mais de 24 horas do acidente o corpo de Sérgio Rodrigues Reis, de 35 anos, que morreu na tarde de segunda-feira soterrado em um silo de soja, ainda não havia sido retirado do local do acidente. Na tarde dessa terça-feira, vários familiares da vítima foram para a frente da Cooperativa Agrícola Mista Aceguá Ltda. (Camal) para buscar informações sobre o trabalho para a retirada do corpo, que ainda estava no meio da soja, e isso dificulta o trabalho de remoção por parte da equipe do Corpo de Bombeiros. 

Alex Rodrigues, que é irmão de Sérgio, disse que ele trabalhava há cerca de três meses na empresa. Ele contou que durante a noite um grupo de amigos do irmão fez uma vigília em frente à empresa em busca de informações sobre o processo de retirada do corpo. “Parte dos familiares ficou fazendo companhia para os pais, que já são idosos e estão muito abalados com essa situação. Nossa maior queixa é porque a empresa não dá informações”, comentou.

Irmão fala sobre Sérgio

Alex contou que o irmão tinha uma ligação muito forte com o esporte amador, pois estava sempre jogando futebol em diversos clubes. “Meu irmão era uma pessoa fora de série, sempre de bem a com vida, era muito brincalhão e estava sempre sorrindo. Meu irmão estava casado há pouco mais de um ano, e ele tinha uma filha de um outro relacionamento, com 6 anos”, disse.

Enquanto a reportagem estava no local, foi permitida a entrada de apenas dois familiares no interior do pátio da empresa para acompanhar o trabalho de retirada da soja, que mantém o corpo soterrado.

Posição da empresa

O gerente Josué Camargo disse que a empresa, neste momento, não irá se manifestar e que todo o trabalho, agora, é para retirar o corpo do local, mas que após a empresa irá se manifestar. 

Caminhões estão sendo contratados para retirar a soja do local do acidente.

250 bitrens seriam necessários

De acordo com o soldado do Corpo de Bombeiros Henrique Castro Garcia, a operação é de risco porque toda vez que os bombeiros tentam retirar o corpo acaba desmoronando mais soja e encobrindo-o de novo. Para não perder a localização do corpo, os bombeiros estão usando uma corda como ponto de identificação. “Nosso medo é que um bombeiro desça e comece a desmoronar a soja e aconteça o pior com o colega”, falou.

De acordo com o soldado, são em torno de 50 mil toneladas de soja armazenada no local. Segundo ele, a estimativa é que sejam necessários 250 bitrens para retirar a carga do silo.

Desde o acidente de segunda-feira, toda a guarnição está empenhada, inclusive os bombeiros que estavam de folga foram chamados para ajudar no trabalho.