Um dos prédios mais tradicionais da cidade, que abrigou por mais de cem anos o Clube Comercial, hoje está fechado aguardando o que será feito com o seu futuro. Reduto de grandes eventos da sociedade bageense, o Comercial foi adquirido pelo município em 2019 – tendo como objetivo principal abrigar atividades culturais – inclusive foi cogitado, na época, que a sede da Secretaria de Cultura e Turismo iria funcionar no prédio.
Em uma das audiências em Brasília com o vice-presidente, Hamilton Mourão, o prefeito Divaldo Lara entregou um projeto referente ao Comercial para que o mandatário federal encaminhasse para a então secretaria de Cultura, Regina Duarte.
Depois, a classe cultural do município, encabeçada pelo professor Nilo Romero, levantou a bandeira para que o clube Comercial fosse transformado em um teatro municipal. O atual secretário de Cultura e Turismo, João Schardosim, disse que ao assumir pasta o local poderia ser usado para abrigar o Instituo Municipal de Belas Artes (Imba), e até mesmo a sede da Secretaria de Cultura – visto que o Palacete Pedro Osório passou a ser ocupado com o gabinete do vice-prefeito, Mário Mena Kalil.
Novos fins
Com o Comercial fechado desde que foi comprado pela prefeitura, na semana passada os vereadores Lélio Lopes (PT) e Beatriz Souza (PSB) protocolaram, na Câmara, uma solicitação para que o município abrisse o prédio durante o inverno e ali fosse um local de acolhimento para moradores de rua e animais de estimação.
Nessa terça-feira, o prefeito Divaldo Lara recebeu o engenheiro Emílio Mansur, as arquitetas Marília Barbosa e Magali Collares e o secretário Schardosim para a apresentação de um projeto de uso do Clube Comercial que prevê a autossustentabilidade do clube.
O projeto apresentado indica o uso de espaços do Comercial para locação para a instalação de cafeteria e restaurantes, por meio de processo licitatório. Divaldo disse que as parcerias público-privadas podem ser ampliadas para que mais espaços do Comercial sejam locados, inclusive o salão principal, que pode ser utilizado para eventos, como festas e formaturas.
Se aprovado o projeto apresentado, a prefeitura deve ter alguma das salas do prédio disponíveis para reuniões, além do salão principal, que deve ser reservado para algumas datas do ano. Uma das salas também será usada para a construção de um memorial.
Alfinetada
Schardosim argumenta que com essa proposta a ideia é atrair investidores que possam fazer o aporte financeiro para revitalizar o Clube Comercial. Ele garante que o governo municipal será criativo e responsável na administração dessa proposta ou de qualquer outras que, porventura, venha receber. “Mas não podemos ser irresponsáveis ao ponto de mudar a destinação de um prédio histórico da cidade. Cada situação deve ser tratada de forma muito séria, diferente de políticos irresponsáveis, incompetentes e maldosos que nunca entregaram nada propositivo para a administração da cidade ou para os bageenses”, alfineta o secretário.