O ano que termina foi marcado pelo aumento de casos de feminicídios no Rio Grande do Sul. Somente em abril, no período da Páscoa, 11 mulheres foram assassinadas.
Em Bagé, acontece nesta terça-feira, a partir das 19h, com concentração em frente à Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres e Diversidade, a caminhada Mulheres Vivas. De acordo com a titular da pasta, Patrícia Alves, a caminhada representa o momento em que Bagé diz basta à violência e é um ato de protesto contra todas as formas de violência contra a mulher.
Patrícia salienta que a caminhada Mulheres Vivas está acontecendo em todo o país e que Bagé está dizendo não à violência contra as mulheres. A expectativa é levar um grande número de mulheres, crianças e, principalmente, homens, “que são parceiros no enfrentamento dessa luta no combate à violência”, como enfatizou.

Situação local
O Folha do Sul entrou em contato com a delegada titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), Lisandra Cabreira, para saber quantos casos consumados de feminicídio foram registrados em Bagé ao longo do ano. Segundo a delegada, desde que ela assumiu a delegacia, foram registrados três casos de tentativa de feminicídio no município.
Questionada se as mulheres vítimas de violência estão procurando a DEAM para denunciar os casos, a delegada informou que a grande maioria das vítimas vai até a delegacia fazer o registro. Em alguns casos, no entanto, as denúncias são feitas de forma anônima por vítimas, familiares ou amigos, por meio do Disque 100.
Se as vítimas ainda têm medo de denunciar casos de violência doméstica, Lisandra respondeu que vários fatores contribuem para a não realização do registro, principalmente a dependência econômica e a inserção no ciclo de violência. “Todavia, acredito que a maioria procura a delegacia e faz a denúncia sim”, pontuou.
