Brasil tem mais alunos em cursos a distância que em presenciais

Pela primeira vez o país atingiu a marca de 10.227.226 de estudantes no ensino superior, em 2024. O levantamento, feito pelo Censo da Educação Superior 2024, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostra que as matrículas em educação a distância (EaD) são mais da metade (50,7%) do total de inscritos na graduação, e tiveram um aumento de 5,6% entre 2023 e 2024.

O número de matrículas em cursos presenciais diminuiu 0,5%, no mesmo período. Para o presidente do Inep, Manuel Palacios, a expansão da educação a distância, por meio de novas tecnologias, permitiu que uma parte da população tivesse acesso ao ensino superior, em especial os cidadãos que trabalham durante o dia.

Palacios ainda que a recente regulamentação que prevê três formatos de cursos superiores – presenciais, semipresenciais e a distância – em diferentes áreas deverá descentralizar a educação superior nos próximos anos.

No ano de 2024, a matrícula na modalidade EaD estava presente em 3.387 municípios brasileiros (61%), por meio de campi das instituições de ensino superior ou de polos, alta de 97%, se comparado com o ano de 2014.

Desaceleração

O avanço do crescimento da modalidade tende a diminuir nos próximos anos. Entre 2023 e 2024, as matrículas nesses cursos cresceram 5,6%. Já entre 2022 e 2023, elas cresceram 13,4%, mostrando que houve desaceleração.

Além da estabilidade pós-pandemia, a desaceleração ocorre após o Ministério da Educação anunciar uma leva de medidas para o EAD na tentativa de melhorar a qualidade e a regulação desses cursos.

O decreto proíbe a ministração de cursos de graduação 100% à distância e fixa em, pelo menos, 20% da carga horária dos cursos EaD de forma presencial, na sede da instituição ou em algum campus externo, com todos os participantes fisicamente presentes, ou por atividades síncronas mediadas.

Além disso, o modo Ead foi proibido para os cursos de Medicina, Direito, Odontologia, Enfermagem e Psicologia, que devem ser ofertados exclusivamente no formato presencial. O MEC defende que as mudanças procuram garantir melhor qualidade na formação de profissões que exigem aprendizado prático.

Com o decreto, uma nova modalidade de cursos, os semipresenciais, foi criada. Além disso, ele elenca cursos vetados para o EAD e também revisa limites de atividades remotas nos cursos presenciais.