O Brasil se tornou o país que mais contribuiu para a base de dados I-Familia, da Interpol, com o maior número de registros de perfis de DNA de restos mortais humanos não identificados. O sistema, criado em 2021, permite conectar perfis genéticos de familiares de desaparecidos a corpos sem identidade conhecida, aumentando as chances de identificação e reunificação de famílias.
Atualmente, o I-Familia conta com 18.832 perfis de DNA, provenientes de 72 países-membros. O Brasil lidera esse ranking, seguido por África do Sul, Holanda, República Tcheca, Alemanha, Espanha, Belarus, Lituânia, Reino Unido e Malásia. Desde janeiro de 2024, a base registrou um aumento de 51% no número de perfis cadastrados, reforçando a importância da plataforma no combate ao desaparecimento de pessoas.
A diretora do Sistema Único de Segurança Pública da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), Isabel Figueiredo, destaca que a liderança brasileira reflete o compromisso das autoridades em priorizar a busca por desaparecidos. Segundo ela, essa atuação evidencia as iniciativas do Governo Federal voltadas para a justiça e os direitos humanos. “A base I-Familia é uma ferramenta essencial nesse processo, permitindo que restos humanos não identificados possam, enfim, ter um nome e uma história reconhecida. Cada perfil de DNA inserido representa uma nova esperança para famílias que aguardam respostas”, afirma.
O chefe do Escritório Nacional Central da Interpol no Brasil, Fábio Mertens, reforça que o país tem se destacado no cenário internacional pelo seu engajamento na busca por desaparecidos. Ele explica que tanto o escritório central, em Brasília, quanto as representações regionais da Polícia Federal têm se empenhado ativamente nessas investigações. “A partir da notificação do desaparecimento em contexto internacional, uma série de ações articuladas é iniciada, podendo envolver, inclusive, o compartilhamento de perfis genéticos com a base de dados global I-Familia”, ressalta.
O crescimento expressivo da base de dados e o protagonismo do Brasil no sistema reforçam a importância da colaboração entre instituições de segurança pública e a cooperação internacional na busca por respostas para famílias de desaparecidos em todo o mundo.