Afonso Hamm e Agricampanha levam demandas da região da Campanha ao governo federal

O deputado federal Afonso Hamm (PP) recebeu, nesta semana, em Brasília, os dirigentes da Associação dos Agricultores da Região da Campanha (Agricampanha), representados pelo presidente André Marques Bordin e o diretor Zélio Teixeira Dias. Durante a reunião foram apresentadas pautas relativas à crise enfrentada pelo setor agrícola na região. 

Durante o encontro, Hamm e os dirigentes foram até a presidente da Famurs, Adriane Perin, para a entregar um ofício que relata as perdas significativas na produção agrícola da região da Campanha, que engloba os municípios de Bagé, Aceguá, Candiota, Hulha Negra e Lavras do Sul. 

A comitiva também esteve no Ministério da Agricultura, em reunião com o secretário de Política Agrícola, Guilherme Campos. O encontro tratou sobre o andamento da assinatura da prorrogação dos contratos de custeio agrícola por quatro anos, além da formulação dos termos do projeto de securitização de dívidas dos produtores rurais. 

A Agricampanha manifestou total apoio ao Projeto de Lei nº 320/2025, de autoria do senador Luís Carlos Heinze (PP), que trata da securitização como medida urgente para enfrentar a crise.  

De acordo com Hamm, foi aprovada a primeira etapa de tramitação do PL, na Comissão de Agricultura do Senado. O texto segue para Comissão de Assuntos Econômicos. Ele ainda afirma estar articulando a relatoria do projeto de Securitização na Câmara dos Deputados. Além disso, está aguardando a instalação do Grupo de Trabalho, assunto que foi tratado com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. 

“O agro gaúcho acumula prejuízos e perdas, e o novo Plano Safra, que deverá ser anunciado, precisa contemplar, além do cenário nacional, um plano de socorro emergencial para o nosso estado”, opina o deputado.  

Hamm diz que considera alarmantes os dados apresentados pela entidade e nesse sentido, reitera o apelo para que o governo federal não vire as costas para o agro gaúcho, reconhecendo a urgência desta situação, buscando alternativas afim de evitar um colapso com consequências para a economia e o abastecimento alimentar do país. 

Prejuízos  

Segundo levantamento da entidade, os prejuízos acumulados na região já somam R$ 402.560 milhões ao ano, resultado de quatro anos consecutivos de perdas causadas por intempéries climáticas. 

André Marques Bordin comenta que atualmente, o prejuízo agrícola total na área de abrangência da Agricampanha chega a R$ 1,61 bilhão, somando perdas de safra, custos elevados de produção e a defasagem dos preços agrícolas, o que tem gerado danos irreparáveis ao setor primário — base da economia regional. 

Também encaminharam um relatório do Sindilojas, assinado pelo presidente Nerildo Lacerda, que evidencia as perdas indiretas do comércio regional, diretamente impactado pela crise no agronegócio. 

Conforme o documento, a entidade ressalta ainda a preocupação com os impactos que essa crise tem causado nos produtores rurais, muitos em situação de colapso financeiro e emocional. 

Bordin argumenta que sem a aprovação imediata da Securitização, não será possível honrar os compromissos financeiros dos produtores, tampouco garantir o plantio da safra 2025/2026, o que ameaça diretamente a segurança alimentar do Brasil e de mercados internacionais.