Morreu na madrugada de quinta-feira, aos 78 anos, em Caxias do Sul, o radialista Vacionir Silva Lopes, vítima de um câncer.
Segundo o jornalista José Higino Gonçalves, Vacionir começou a transmitir futebol através de um alto-falante no bairro Getúlio Vargas. Ele transmitia os jogos do São Pedro, no futebol amador.
Higino disse que Vacionir foi um dos melhores narradores, que, depois, se dedicou a gerenciar da Rádio Cultura.
O radialista Edgar Muza destacou que trabalhou por mais de 38 anos ao lado de Vacionir. Ele lembrou que o colega de profissão também trabalhou na rádio Upacaraí, de Dom Pedrito. “E, em 1969, eu trabalhava na Rádio Difusora. O Vacionir assumiu a gerência da Cultura e me convidou para voltar. Foi nesse ano que criamos o programa Visão Geral”, relatou.
Muza disse que Vacionir sempre foi uma pessoa de fino trato, que era muito fácil conviver com ele. O também radialista Geraldo Saliba, muito emocionado, garantiu que sua vida profissional e tudo o que conquistou foi porque se espelhou em Vacionir Lopes. Saliba disse que Vacionir foi a pessoa mais importante na sua vida profissional. “Além de ser um patrão, ele era um amigo, um conselheiro, uma pessoa que estava sempre pronto para ajudar. Sempre tinha uma palavra de força e incentivo. Para chegar onde cheguei sempre tive o apoio de Vacionir Lopes. Hoje está sendo um dia muito difícil”, sustentou.
Saliba garantiu que Vacionir foi o pai que ele não teve. “Foi meu pai do coração”, definiu.
Telmo Carvalho – também radialista – disse que sempre tratou Vacionir como Vavá, e que era dessa forma que os seus amigos e familiares o chamavam. Carvalho lembrou que Vacionir, por conhecer a sua família e saber que tinham limitações financeiras, um dia perguntou se ele queria aprender a função de operador de áudio. “Treinei alguns meses. Em fevereiro de 1980, fui fazer o horário da meia-noite às seis da manhã, sendo o funcionário mais jovem da empresa, com apenas 13 anos”, recordou.
Carvalho ainda lembrou que, quando completou 18 anos, foi demitido por Vacionir. Ao questionar o motivo, Vacionir disse para ele: “Eu te amo e quero que tenhas um futuro promissor”. Por fim, Carvalho garantiu que Vavá era um homem simples, de sorriso fácil e coração ímpar. “Só tenho uma palavra: gratidão”, confidenciou.