Produtores gaúchos poderão vender arroz à Conab a partir de abril

Os agricultores do Rio Grande do Sul poderão vender arroz para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a partir do final de abril. Isso antecipa em meses o prazo inicialmente previsto para agosto. A compra será realizada por meio dos Contratos de Opção de Venda (COV). A ideia pe garantir um pagamento de 20% acima do preço mínimo, considerando custos logísticos e financeiros. A iniciativa busca assegurar a renda dos produtores, estimular a produção nacional e formar estoques públicos estratégicos, como divulgou a companhia.    

Segundo o presidente da Conab, Edegar Pretto, os contratos foram lançados em 2024 diante da previsão de crescimento na oferta mundial de arroz, especialmente com a retomada das exportações da Índia. Foram ofertadas 500 mil toneladas, das quais 91,7 mil foram contratadas, sendo a maior parte no Rio Grande do Sul, Estado responsável por 68,6% da produção nacional. Os produtores gaúchos que optarem pela venda antecipada em maio receberão R$ 82,85 por saca, valor ajustado conforme os custos operacionais.    

Os contratos foram negociados em três leilões realizados em dezembro de 2024, totalizando 3.396 contratos firmados. Além do Rio Grande do Sul, o Mato Grosso teve participação expressiva, com 1.071 contratos e cerca de 28,92 mil toneladas negociadas. Os produtores mato-grossenses que venderem o arroz em junho receberão R$ 99,98 por saca, valor que pode chegar a R$ 107,84 no prazo final do contrato.    

O mercado 

O mercado de arroz segue com tendência de queda nos preços pagos aos produtores, reflexo da boa safra nacional e do aumento da oferta global. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção sul-americana pode atingir 18 milhões de toneladas em 2024/25, um recorde histórico. A Índia, grande exportadora, também prevê crescimento de 5,2% na produção.    

Entenda 

Os Contratos de Opção de Venda (COV) são um mecanismo da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), permitindo que o agricultor venda sua produção ao governo por um preço pré-definido, sem a obrigação de entrega.