Os dias ensolarados têm levado os turistas, inclusive muitos bageenses, até a praia do Cassino, em Rio Grande. Mas a maioria dos veranistas optou por permanecer na areia. Apesar da água clara e não chocolatuda, a presença de grande número de águas-vivas tornou o banho de mar arriscado. A bandeira permaneceu entre amarela e vermelha, segundo o Corpo de Bombeiros, e até mesmo caminhadas na orla exigiram cuidado. As ocorrências de queimaduras por águas-vivas somam quase cinco centenas. Foram 140 em um único dia.
Mas a invasão de água-vivas ou mães-d'água não é exclusividade da praia preferida dos bageenses. Desde o início do verão, conforme a MetSul Meteorologia, 14 mil banhistas já foram queimados por águas-vivas no litoral do Rio Grande do Sul. Em média, são mil pessoas por dia. No ano passado, a média diária foi de 750 casos. De acordo com o Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no momento são observadas três espécies de águas-vivas nas praias do Estado, sendo duas que causam queimaduras nos banhistas.
A primeira se caracteriza pelo aspecto gelatinoso e de pequeno tamanho com aspecto transparente com tentáculos rosa e laranja que provoca as queimaduras frequentes em todas as temporadas conhecidas como “reloginho”. Outra espécie que vem causando queimaduras nos veranistas do litoral gaúcho é a chamada caravela portuguesa, que flutua e tem os tentáculos mais compridos, de coloração azul e roxa.
Cuidado
De acordo com a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul, em caso de queimaduras por águas-vivas, o melhor remédio é o vinagre. “Jamais utilize água da torneira ou mineral no local”, alertou a bióloga do Centro de Informação Toxicológica (CIT), Kátia Moura. Ela explicou que, para limpar a ferida, o ideial é usar a própria água do mar e, para aliviar a dor, o vinagre. “A água doce agrava a queimadura, pois dispara as toxinas de nematocistos que eventualmente estavam intactos”, detalhou a bióloga. Já o vinagre possui a capacidade de neutralizar a sensação de desconforto no local. Se algum tentáculo ficar grudado na pele, a remoção deve ocorrer ainda dentro do mar, com a área submersa.
Explicação
"À medida que o clima global muda, o aquecimento dos oceanos acelera em um ritmo sem precedentes, os níveis do mar sobem e muitas espécies marinhas enfrentam extinção. Contudo, as águas aquecidas favorecem uma espécie em particular: as águas-vivas, que prosperam em um ambiente modificado pela crise climática", elucidou a MetSul Meteorologia. Inclusive, estudos indicam que as águas-vivas têm aumentado em pelo menos 68 ecossistemas desde 1950, adaptando-se aos impactos ambientais causados pelo homem.
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