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Safra Gaúcha de Grãos cai 8,9% mesmo com alta no arroz e milho

Roberto Kazuhiko Zito/Embrapa - Produção brasileira está estimada em 332,9 milhões de toneladas

A produção de grãos no Rio Grande do Sul está estimada em 33,5 milhões de toneladas para a safra 2024/25, de acordo com o 8º levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nessa quinta-feira (15). Esse volume representa uma retração de 8,9% em relação à safra anterior, mesmo com um leve aumento de 0,4% na área plantada, que alcança 10,4 milhões de hectares. Apesar da queda, o estado mantém-se como o quarto maior produtor nacional, atrás de Mato Grosso, Paraná e Goiás.  
O principal responsável pela queda na produção é o desempenho da soja, cultura dominante no estado. Mesmo com aumento de 1,3% na área semeada, a produtividade caiu fortemente, levando a uma redução de 27,3% na produção, que deve totalizar 14,3 milhões de toneladas. A estiagem e a irregularidade das chuvas comprometeram o desenvolvimento das lavouras, principalmente as plantadas mais tardiamente, limitando o potencial produtivo da oleaginosa.  

Em contrapartida, o arroz apresenta um cenário positivo. A produção estimada é de 8,3 milhões de toneladas, crescimento de 15,9% em relação à safra passada. A área cultivada também aumentou, chegando a 951,9 mil hectares. O clima seco favoreceu a colheita e permitiu boa produtividade, beneficiada por radiação solar intensa e plantio dentro do período ideal, embora algumas regiões tenham enfrentado dificuldades com irrigação devido à limitação de água.  

Outro destaque é o milho da primeira safra, cuja produção deve chegar a 5,5 milhões de toneladas — alta de 13,5%, mesmo com queda de quase 12% na área plantada. A produtividade média teve um avanço expressivo de 28,7% na comparação anual. A semeadura foi finalizada em fevereiro e a colheita já passou de 93%, com desempenho superior nas regiões onde o cultivo ocorreu mais cedo. O estado continua como o principal produtor do milho de primeira safra no Brasil.  

Já o trigo deve ter crescimento de 4,4% na produção, totalizando 4,1 milhões de toneladas, mesmo com uma redução de 3,8% na área plantada. A queda é explicada pela menor rentabilidade da cultura neste momento. No caso do feijão, o estado deve colher 67,6 mil toneladas, uma redução de 5,7% em relação à safra anterior. A área plantada caiu 17,3%, impactada pela menor atratividade da cultura frente a outras opções. Em contraste com o cenário gaúcho, a produção nacional de grãos está estimada em 332,9 milhões de toneladas — alta de 11,9% — impulsionada por ganhos de produtividade e condições climáticas mais favoráveis em outras regiões. 

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