O projeto começou a tomar forma ainda em 2014, quando Luís Carlos Osório Alcalde — presidente do Bagé por 19 gestões e atual presidente de honra do centenário — encontrou antigos slides dos anos 1970. Após a digitalização do material, as autoras descobriram um acervo raro que misturava registros familiares e momentos marcantes do clube. A riqueza dessas imagens despertou a ideia de transformar aquele tesouro visual em memória preservada.
Em 2018, a direção do Bagé, então liderada por Rafael Alcalde e Paulo Machado, cogitou desenvolver um livro sobre o centenário do clube, conforme as autoras. Diante da possibilidade de entregar as fotos ou assumir a autoria da obra, a decisão das três pesquisadoras veio de forma natural: aceitar o desafio. Afinal, todas carregam histórias profundamente entrelaçadas com o clube — desde as clássicas rivalidades locais até o amor silencioso e persistente pelo futebol bageense.
Conforme elas, o livro deveria ter ficado pronto em 2020, mas desafios pessoais enfrentados pelas autoras, somados ao impacto da pandemia, impuseram uma pausa inevitável. O hiato, porém, acabou ajustando o tempo do projeto: a publicação agora coincide com os 100 anos do título estadual conquistado pelo Bagé em 1925, marco histórico que ganha ainda mais força com este registro literário.
A construção da obra reuniu memória afetiva, pesquisa rigorosa e uma ampla rede de colaboração. As diferentes diretorias do Bagé contribuíram com acesso a arquivos internos, taças, fotografias e entrevistas, ampliando a dimensão do trabalho. A atual gestão, presidida por Felipe Goulart Delabary Jr., com Rafael Vieira Alcalde como vice, manteve o apoio integral ao projeto.
E a intenção das autoras é clara: produzir um livro para quem ama o esporte, mas também para quem se encanta pelas histórias que resistem ao tempo e moldam a identidade de uma comunidade.
Embora uma das autoras resida fora do país, a tecnologia aproximou o trio e fortaleceu a parceria construída em projetos artísticos anteriores. Com o avanço das pesquisas, a obra cresceu além do planejado — um movimento natural diante do volume de conteúdo resgatado. Ampliar o formato foi, segundo elas, uma decisão inevitável e necessária.
O livro já começou a circular em Bagé. Em 29 de novembro, na Biblioteca Pública Doutor Otávio Santos, ocorreu a entrega oficial da obra para o acervo da instituição, acompanhada de sessão de autógrafos com as autoras e dirigentes do Centenário. No dia 7 de dezembro, o lançamento chega à sede do Grêmio Esportivo Bagé, no bairro Menino Deus, com almoço por adesão.
