Free shops impulsionam economia das fronteiras

O governador Eduardo Leite apresentou, em Uruguaiana, a primeira etapa do estudo elaborado pelo Departamento de Economia e Estatística da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão sobre o impacto das Lojas Francas de Fronteira Terrestre. O levantamento, baseado em dados de 2019 a 2025, analisa vendas, perfil dos consumidores, dinâmica comercial e efeitos sobre emprego e serviços. Segundo Leite, o estudo reforça a relevância da política de incentivo ao turismo de compras nas cidades gêmeas (como é o caso de Aceguá), apontando efeitos positivos na economia regional.

Os dados mostram que as lojas francas se consolidaram como instrumento de desenvolvimento nas fronteiras do Mercosul. Leite destacou que o setor impulsiona comércio, turismo e geração de empregos, com crescimento de 25% nos postos formais ligados ao comércio entre 2020 e 2025. A secretária Danielle Calazans também salientou que o modelo fortalece a economia local e amplia o fluxo de visitantes.

Aliás, o estudo apontou que Uruguaiana lidera o mercado nacional de free shops terrestres, respondendo por 46% de todas as vendas do país. No Rio Grande do Sul, o volume comercializado nas lojas de fronteira saltou de US$ 3,4 milhões em 2019 para US$ 60,8 milhões em 2024, enquanto o faturamento local ultrapassou R$ 200 milhões no mesmo ano. A cidade concentra 16 lojas francas, a maior rede do Brasil, e integra um conjunto de oito municípios gaúchos que abrigam 37 estabelecimentos do setor.

O estudo também registra forte expansão nos setores de serviços e emprego. Entre 2020 e 2023, as vendas de alimentação e hospedagem cresceram 67% e o emprego formal avançou em ritmo superior ao estadual, com destaque para os setores de comércio, alojamento, alimentação e indústria. Ou seja, os municípios com lojas francas têm participação no varejo ampliada e no emprego formal do Estado também.

O perfil dos consumidores indica crescimento do turismo de compras e aumento do ticket médio. Dezembro concentra os maiores volumes de vendas, mas outros meses ligados ao calendário turístico também têm forte movimentação. O percentual de compradores que gastam acima de US$ 300 cresceu. Além disso, a participação de moradores próximos diminuiu, enquanto os brasileiros que viajam mais de 50 quilômetros mantiveram participação estável, revelando diversificação do público e consolidação das lojas francas como motor econômico das fronteiras.