A FETAG-RS reuniu cerca de dois mil agricultores e pecuaristas familiares em Porto Alegre, superando a expectativa inicial de 1,5 mil participantes, em uma grande mobilização realizada na quarta-feira (10). O objetivo foi cobrar medidas imediatas para enfrentar o endividamento no campo, a crise nos setores do leite, arroz e trigo, e a necessidade de avanços no seguro rural.
Pela manhã, dirigentes e agricultores visitaram gabinetes na Assembleia Legislativa para fortalecer a articulação com deputados estaduais e a bancada federal. A Federação também participou de uma reunião com representantes do MAPA, MDA e Conab, cobrando ações urgentes do governo federal, responsável pelos principais mecanismos de apoio à produção.
Durante a tarde, no ato em frente ao Palácio Piratini, a FETAG-RS reforçou a importância de que os programas estaduais cheguem rapidamente às famílias prejudicadas pelos altos custos de produção e pelas dificuldades de permanência nas atividades. A federação também pediu que o governador apoie e intensifique as negociações das pautas federais.
O presidente da FETAG-RS, Carlos Joel da Silva, destacou que o setor enfrenta um cenário crítico, com endividamento não resolvido e preços do leite, arroz e trigo incapazes de cobrir os custos de produção. Ele alertou ainda para falhas no seguro rural e cobrou medidas imediatas para frear as importações de leite, que ampliam a crise no setor.
A FETAG-RS deu prazo até o fim de dezembro para avanços concretos nas ações federais e estaduais. Caso não haja respostas, a entidade promete organizar uma mobilização em Brasília, em janeiro. A federação agradeceu o empenho dos sindicatos e dos agricultores que participaram da mobilização, mesmo sob chuva, reafirmando a força da agricultura familiar.
Participação de Leite
O governador Eduardo Leite participou da manifestação em frente ao Palácio Piratini e destacou que as demandas apresentadas são “justas e legítimas”. Também ressaltou o histórico de diálogo contínuo com a entidade. O governador apresentou um balanço das ações já implementadas pelo governo do Estado, como a ampliação da subvenção do milho para 100% com o Programa Milho 100%, o fortalecimento do Programa Juventude Rural, o apoio aos produtores de leite e o avanço do Programa Terra Forte, que prevê subsídios de até R$ 30 mil para milhares de famílias.
O governador também destacou o investimento de R$ 300 milhões em correção de solo e o trabalho técnico da Emater. E atualizou os produtores sobre sua atuação em Brasília nas últimas semanas. Ele reforçou a defesa pela votação do PL 5.122/2023 no Senado, que prevê a liberação de até R$ 30 bilhões do Fundo Social para refinanciamento das dívidas de produtores afetados por estiagens. Leite também citou a necessidade de corrigir entraves da MP 1.314, que trata de medidas emergenciais para o setor.
